"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 4 de julho de 2012

ESPECULAÇÕES SOBRE O NOVO PRESIDENTE DA CVM, DEPOIS DO VEXAME DA MULTA ANULADA DE R$ 504 MILHÕES

Há alguns meses o jornalista Ancelmo Gois (que Deus o proteja e a nós não desampare) deu como certa a nomeação de Marcos Barbosa Pinto, ex-diretor e agora sócio de Armínio Fraga, para a presidência da Comissão de Valores Mobiliários, autarquia federal que fiscaliza o mercado de capitais. Amigos do ex-diretor, entretanto, dizem que ele agora é banqueiro e não tem interesse na nomeação. Além disso, ele foi um dos pivôs do caso RioPrevidência, responsável direto pela espantosa multa de R$ 504 milhões, aplicada a um grupo de instituições financeiros e investidores e agora anulada na Justiça. por obra do jurista Fernando Orotavo Neto. Ou seja, sua nomeação seria um tiro no pé.

A “Rádio Corredor” da CVM há algumas semanas dava como certa a nomeação do diretor Otávio Yazbek, responsável pelo relatório e voto que absolveu Fernando Cavendish no Caso Prece (Fundo de Pensão da Cedae). E como se sabe, quem nomeia o presidente da CVM é o governo do PT, leia-se Guido Mantega. Mas agora só se fala no nome de seu ex-diretor Sérgio Weguellin para ocupar o cargo. É o novo pule de dez.

No entanto, Sérgio Weguellin (ex-BNDES) já foi pivô de um escândalo inédito quando era diretor da CVM. Numa troca de e-mails com um investidor estrangeiro, Weguelin confidenciou que a CVM prepararia um parecer contrariando os interesses da Telemar em seu plano de pulverização de ações. Um dos trechos da comunicação detalhava: “Essa posição deverá levar alguém a algum lugar”, escreveu o então diretor da CVM.
E, como para bom entendedor meia palavra basta, a informação de Weguelin espalhou-se pelo mercado e provocou fortes quedas nos papéis ordinários da empresa, os mais negociados da Bovespa. Foi uma operação de R$ 27 milhões comandada pela corretora Hedging-Griffo, de Luís Stuhlberger, notório desafeto da diretoria da Telemar. A repercussão do caso levou Weguelin a pedir afastamento, à época.

Apesar do escândalo que levou ao seu afastamento voluntário, Weguellin é considerado um homem correto pelo mercado de valores mobiliários e pode ter nova chance na CVM. Façam suas apostas: Marcos Barbosa Pinto, Otávio Yazbek ou Sergio Wegguellin? Quem será o novo Presidente da CVM?
A coluna aposta em Weguelin, pois se Otávio Yazbek, tido como sucessor natural de Maria Helena, for nomeado, depois de inocentar Cavendish, vai ficar um cheiro de “pizza” no ar, que é tudo que a CVM não precisa nesse momento, tampouco o competente Yazbek.

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