O acesso a atendimento médico e a compra de remédios está pesando mais no orçamento do brasileiro.
Nos últimos cinco anos, a despesa das famílias com medicamentos subiu de 44,99% para 48,6% do valor total gasto com saúde, mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2008/2009, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
Já com planos de saúde, os desembolsos saltaram de 25,9% para 29,8% das despesas com saúde, item que absorve 7,2% do consumo das famílias, apenas 0,2 ponto percentual a mais do que na pesquisa anterior.
Pelas contas do IBGE, na média, o valor mensal destinado pelas famílias ao consumo no período da pesquisa era de R$ 2.131.
A aquisição de remédios custa R$74,74 por mês, é de longe o mais alto entre as despesas com assistência à saúde, que somam em média R$ 153,81.
Em seguida vem o plano de saúde, com valor de R$ 45,86.
O terceiro item com maior peso, segundo o IBGE, são a consulta e o tratamento dentário, com R$ 7,29, isto é, 4,7% das despesas totais das famílias com saúde.
Na avaliação do economista especializado em arranjos familiares e consumo Reinaldo Gregori, a hipótese mais provável para explicar o aumento das despesas com remédios é a de encarecimento dos preços dos produtos no Brasil.
Os medicamentos no país estão sobretaxados, são absurdamente altos, mais caros do que na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de haver esforço do governo, como as farmácias populares, o preço é ostensivamente caro avaliou o economista, que também é diretor da consultoria Cognatis.
A ascensão da classe C também explica, segundo Gregori, o aumento dos gastos com medicação. Essa fatia da população está começando a usar remédios a que antes não tinha acesso, que não são oferecidos no serviço público, e são mais caros acrescentou o especialista.
Entre os mais pobres, os medicamentos chegam a representar 74,2% das despesas totais com saúde.
Muitos medicamentos não são fornecidos pelo SUS e os meios de distribuição são limitados. Para os mais pobres, o custo de remédios de R$ 100, por exemplo, é altíssimo disse Gregori.
O aumento das despesas com planos de saúde tem, segundo o IBGE, relação com a queda nos gastos em outros serviços, como hospitalização, que passou de 1% para 0,7% a menor participação nos gastos totais com saúde , e cirurgia, que recuou de 4,1% para 2,8%.
Com o plano de saúde, as pessoas acabam não desembolsando na hora do atendimento. E as pessoas podem estar acessando mais o serviço público afirmou o gerente da POF, Edilson Nascimento, que aponta o envelhecimento populacional como um dos fatores que também poderiam contribuir para o aumento das despesas do brasileiro com remédios.
Esses outros itens pesquisados pelo IBGE consulta médica, tratamento médico e ambulatorial, serviço de cirurgia, hospitalização, exames diversos, material de tratamento e outros custam juntos R$ 25,94, quase um terço dos gastos com medicamentos e quase a metade dos gastos com plano de saúde.
Região Sudeste é onde mais se gasta com saúde
Apesar de, na média nacional, os gastos com saúde terem ficado praticamente estáveis na comparação com última POF, na região Sul, a fatia do orçamento destinada à saúde aumentou de 6,6% para 7% e no sudeste, a parcela passou de 7,5% para 7,9%.
As famílias das regiões Sul e Sudeste foram as que apresentaram as maiores médias de despesa, com R$ 170,74 e R$ 198,89, respectivamente. A região Norte foi a que apresentou a menor média de gastos, no valor de R$ 82,22, o que representa 4,9% do dispêndio de consumo total das famílias.
A POF é uma pesquisa domiciliar por amostragem, que investiga informações sobre características de domicílios, famílias, moradores e principalmente seus respectivos orçamentos.
Nos últimos cinco anos, a despesa das famílias com medicamentos subiu de 44,99% para 48,6% do valor total gasto com saúde, mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2008/2009, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
Já com planos de saúde, os desembolsos saltaram de 25,9% para 29,8% das despesas com saúde, item que absorve 7,2% do consumo das famílias, apenas 0,2 ponto percentual a mais do que na pesquisa anterior.
Pelas contas do IBGE, na média, o valor mensal destinado pelas famílias ao consumo no período da pesquisa era de R$ 2.131.
A aquisição de remédios custa R$74,74 por mês, é de longe o mais alto entre as despesas com assistência à saúde, que somam em média R$ 153,81.
Em seguida vem o plano de saúde, com valor de R$ 45,86.
O terceiro item com maior peso, segundo o IBGE, são a consulta e o tratamento dentário, com R$ 7,29, isto é, 4,7% das despesas totais das famílias com saúde.
Na avaliação do economista especializado em arranjos familiares e consumo Reinaldo Gregori, a hipótese mais provável para explicar o aumento das despesas com remédios é a de encarecimento dos preços dos produtos no Brasil.
Os medicamentos no país estão sobretaxados, são absurdamente altos, mais caros do que na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de haver esforço do governo, como as farmácias populares, o preço é ostensivamente caro avaliou o economista, que também é diretor da consultoria Cognatis.
A ascensão da classe C também explica, segundo Gregori, o aumento dos gastos com medicação. Essa fatia da população está começando a usar remédios a que antes não tinha acesso, que não são oferecidos no serviço público, e são mais caros acrescentou o especialista.
Entre os mais pobres, os medicamentos chegam a representar 74,2% das despesas totais com saúde.
Muitos medicamentos não são fornecidos pelo SUS e os meios de distribuição são limitados. Para os mais pobres, o custo de remédios de R$ 100, por exemplo, é altíssimo disse Gregori.
O aumento das despesas com planos de saúde tem, segundo o IBGE, relação com a queda nos gastos em outros serviços, como hospitalização, que passou de 1% para 0,7% a menor participação nos gastos totais com saúde , e cirurgia, que recuou de 4,1% para 2,8%.
Com o plano de saúde, as pessoas acabam não desembolsando na hora do atendimento. E as pessoas podem estar acessando mais o serviço público afirmou o gerente da POF, Edilson Nascimento, que aponta o envelhecimento populacional como um dos fatores que também poderiam contribuir para o aumento das despesas do brasileiro com remédios.
Esses outros itens pesquisados pelo IBGE consulta médica, tratamento médico e ambulatorial, serviço de cirurgia, hospitalização, exames diversos, material de tratamento e outros custam juntos R$ 25,94, quase um terço dos gastos com medicamentos e quase a metade dos gastos com plano de saúde.
Região Sudeste é onde mais se gasta com saúde
Apesar de, na média nacional, os gastos com saúde terem ficado praticamente estáveis na comparação com última POF, na região Sul, a fatia do orçamento destinada à saúde aumentou de 6,6% para 7% e no sudeste, a parcela passou de 7,5% para 7,9%.
As famílias das regiões Sul e Sudeste foram as que apresentaram as maiores médias de despesa, com R$ 170,74 e R$ 198,89, respectivamente. A região Norte foi a que apresentou a menor média de gastos, no valor de R$ 82,22, o que representa 4,9% do dispêndio de consumo total das famílias.
A POF é uma pesquisa domiciliar por amostragem, que investiga informações sobre características de domicílios, famílias, moradores e principalmente seus respectivos orçamentos.
O Globo
14 de setembro de 2012
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