A turnê do palanque ambulante tem datas disponíveis até para Claudinho da Geladeira
Menos de 3 mil na estreia em Belo Horizonte, pouco mais de 2 mil em Salvador, outros tantos em Manaus. Se é para juntar público de camelô, melhor falar perto de casa, devem ter decidido os organizadores da turnê eleitoral do palanque ambulante. Começando por São Bernardo do Campo, onde Lula e sua trupe se apresentaram no sábado à noite, a poucos quilômetros do apartamento em que o ex-presidente acampa desde o fim da festa no Planalto.
No domingo, livre da concorrência desigual com a novela Avenida Brasil, o ex-presidente fez escalas em Diadema e Santo André „Ÿ por 15 minutos em cada lugar e sempre diante de plateias de quermesse de grotão. Nesta segunda-feira será a vez de Mauá, também na região do ABC. “Depois o pessoal quer que eu vá a Guarulhos, Osasco…”, hesitou. “O Claudinho da Geladeira quer que eu vá até Rio Grande da Serra. Não sei se vai dar para ir a tudo quanto é lugar, mas vou falar menos e tentar cobrir o maior número de cidades possível para pedir voto”.
Na temporada de caça às urnas vale até doença, confirmou o falatório em Diadema: “Estou feliz porque o câncer está derrotado, como estarão os nossos adversários”. Ficaria muito mais feliz se pudesse matar a saudade da cachaça: “Quando eu ia na porta da fábrica fazer discurso eu tomava era uma caninha de manhã, agora tenho que tomar uma aguinha”, queixou-se em São Bernardo, caprichando na pose de quem passou oito anos na Presidência bebendo socialmente.
Na cidade onde mora, Lula elogiou a aliança com o DEM forjada pelo companheiro Luiz Marinho, em campanha pela reeleição. Em Diadema, pediu aos ouvintes que renegassem candidatos a vereador do DEM, do PSDB e do PPS. “O PPS me apoia”, sussurrou o petista Miguel Reali, que disputa a prefeitura. “No PPS vocês podem votar à vontade”, mudou imediatamente de ideia o Chefe Supremo.
Em Santo André, pela primeira vez em 10 anos, evocou publicamente Celso Daniel „Ÿ para acusar a elite golpista. Ao lado da ministra Miriam Belchior, que chegou ao primeiro escalão pelo bom desempenho como viúva profissional do companheiro assassinado em janeiro de 2002, Lula ensinou que “votar em Grana seria um gesto de gratidão com Celso Daniel”. Grana é o candidato a prefeito Carlos Grana.
“Nesta cidade, os conservadores chegaram ao absurdo de achar que o PT tinha coisa a ver com a morte de Celso Daniel”, fingiu espantar-se. Com a morte e com o acobertamento do crime, poderia ter berrado um espectador da chanchada. Já é alguma coisa conseguir soletrar o nome da vítima insepulta. Com o tempo, Lula talvez consiga dizer até a palavra “mensalão”, até agora proibida de dar as caras na discurseira do antigo rei do improviso.
Foi vislumbrada só nas entrelinhas de uma trecho do palavrório em Santo André: “Quando fazem críticas ao PT, a gente tem que fechar os olhos e imaginar o Brasil sem o PT”, convidou o orador. A resposta exige tempo, mas duas coisas são certas. Celso Daniel estaria vivo. E o país não teria sido afrontado pelos quadrilheiros em julgamento no Supremo Tribunal Federal
25 de setembro de 2012
Augusto Nunes
Menos de 3 mil na estreia em Belo Horizonte, pouco mais de 2 mil em Salvador, outros tantos em Manaus. Se é para juntar público de camelô, melhor falar perto de casa, devem ter decidido os organizadores da turnê eleitoral do palanque ambulante. Começando por São Bernardo do Campo, onde Lula e sua trupe se apresentaram no sábado à noite, a poucos quilômetros do apartamento em que o ex-presidente acampa desde o fim da festa no Planalto.
No domingo, livre da concorrência desigual com a novela Avenida Brasil, o ex-presidente fez escalas em Diadema e Santo André „Ÿ por 15 minutos em cada lugar e sempre diante de plateias de quermesse de grotão. Nesta segunda-feira será a vez de Mauá, também na região do ABC. “Depois o pessoal quer que eu vá a Guarulhos, Osasco…”, hesitou. “O Claudinho da Geladeira quer que eu vá até Rio Grande da Serra. Não sei se vai dar para ir a tudo quanto é lugar, mas vou falar menos e tentar cobrir o maior número de cidades possível para pedir voto”.
Na temporada de caça às urnas vale até doença, confirmou o falatório em Diadema: “Estou feliz porque o câncer está derrotado, como estarão os nossos adversários”. Ficaria muito mais feliz se pudesse matar a saudade da cachaça: “Quando eu ia na porta da fábrica fazer discurso eu tomava era uma caninha de manhã, agora tenho que tomar uma aguinha”, queixou-se em São Bernardo, caprichando na pose de quem passou oito anos na Presidência bebendo socialmente.
Na cidade onde mora, Lula elogiou a aliança com o DEM forjada pelo companheiro Luiz Marinho, em campanha pela reeleição. Em Diadema, pediu aos ouvintes que renegassem candidatos a vereador do DEM, do PSDB e do PPS. “O PPS me apoia”, sussurrou o petista Miguel Reali, que disputa a prefeitura. “No PPS vocês podem votar à vontade”, mudou imediatamente de ideia o Chefe Supremo.
Em Santo André, pela primeira vez em 10 anos, evocou publicamente Celso Daniel „Ÿ para acusar a elite golpista. Ao lado da ministra Miriam Belchior, que chegou ao primeiro escalão pelo bom desempenho como viúva profissional do companheiro assassinado em janeiro de 2002, Lula ensinou que “votar em Grana seria um gesto de gratidão com Celso Daniel”. Grana é o candidato a prefeito Carlos Grana.
“Nesta cidade, os conservadores chegaram ao absurdo de achar que o PT tinha coisa a ver com a morte de Celso Daniel”, fingiu espantar-se. Com a morte e com o acobertamento do crime, poderia ter berrado um espectador da chanchada. Já é alguma coisa conseguir soletrar o nome da vítima insepulta. Com o tempo, Lula talvez consiga dizer até a palavra “mensalão”, até agora proibida de dar as caras na discurseira do antigo rei do improviso.
Foi vislumbrada só nas entrelinhas de uma trecho do palavrório em Santo André: “Quando fazem críticas ao PT, a gente tem que fechar os olhos e imaginar o Brasil sem o PT”, convidou o orador. A resposta exige tempo, mas duas coisas são certas. Celso Daniel estaria vivo. E o país não teria sido afrontado pelos quadrilheiros em julgamento no Supremo Tribunal Federal
25 de setembro de 2012
Augusto Nunes
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