A Espanha enfrenta uma convulsão social – algo que é pior do que uma mera crise econômica. Terça-feira, num protesto chamado “Ocupe o Congresso”, ou “25S” (de 25 de setembro), registraram-se cenas impressionantes no centro de Madrid.
O que acontece, essencialmente: os “indignados”, o nome dado aos manifestantes espanhóis, perderam a paciência com a iniquidade social que foi tomando conta do país ao longos dos últimos anos.
Na Espanha, como em quase todo o mundo, e os Estados Unidos são um exemplo formidável, grandes corporações e multimilionários foram concentrando cada vez mais riqueza com a evasão – legalizada e amoral – de impostos, sobretudo através de paraísos fiscais.
Essa predação leva inevitavelmente à escassez de recursos públicos.
E então o governo espanhol, como tantos outros, pede sacrifícios a quem ficou de fora da festa da evasão fiscal – o chamado povo. Viúvas, aposentados e assalariados são convocados a pagar a conta. Programas sociais são cortados um atrás do outro.
Uma hora a paciência popular se esgota, e irrompem situações dramáticas como a de ontem na Espanha.
O caso espanhol merece atenção dos brasileiros.
O que teria acontecido no Brasil se a iniquidade extrema social que caracteriza o país tivesse seguido o curso livre de sempre?
Nossos indignados já estariam há muito tempo protagonizando cenas como as de ontem na Espanha. Viveríamos, todos, em estado de sobressalto. A classe média estaria encolhida, sitiada por favelas – e as ruas tenderiam a ser um território livre para bandidos, como esboçaram ser no final do século passado.
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INIQUIDADE
Administrações que diminuíram – menos do que o desejado, é certo – a iniquidade garantiram, paradoxalmente, a paz dos que mais as combatem, interessados apenas na manutenção e ampliação de seus privilégios. Ainda que involuntariamente, tais administrações prestaram um enorme serviço – não enxergado – aos ricos brasileiros.
Paz social não coexiste com iniquidade extrema. Para que sociedades sejam harmoniosas elas devem ter as características da Escandinávia.
Lá, graças à cultura da chamada Janteloven, ninguém se acha no direito de se julgar melhor que ninguém por causa do dinheiro (de resto quase sempre herdado) – e os que mais podem contribuem mais, nos impostos, pelo bem comum.
A Espanha seguiu outro caminho – e as consequências agora estão aí.
O que acontece, essencialmente: os “indignados”, o nome dado aos manifestantes espanhóis, perderam a paciência com a iniquidade social que foi tomando conta do país ao longos dos últimos anos.
Na Espanha, como em quase todo o mundo, e os Estados Unidos são um exemplo formidável, grandes corporações e multimilionários foram concentrando cada vez mais riqueza com a evasão – legalizada e amoral – de impostos, sobretudo através de paraísos fiscais.
Essa predação leva inevitavelmente à escassez de recursos públicos.
E então o governo espanhol, como tantos outros, pede sacrifícios a quem ficou de fora da festa da evasão fiscal – o chamado povo. Viúvas, aposentados e assalariados são convocados a pagar a conta. Programas sociais são cortados um atrás do outro.
Uma hora a paciência popular se esgota, e irrompem situações dramáticas como a de ontem na Espanha.
O caso espanhol merece atenção dos brasileiros.
O que teria acontecido no Brasil se a iniquidade extrema social que caracteriza o país tivesse seguido o curso livre de sempre?
Nossos indignados já estariam há muito tempo protagonizando cenas como as de ontem na Espanha. Viveríamos, todos, em estado de sobressalto. A classe média estaria encolhida, sitiada por favelas – e as ruas tenderiam a ser um território livre para bandidos, como esboçaram ser no final do século passado.
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INIQUIDADE
Administrações que diminuíram – menos do que o desejado, é certo – a iniquidade garantiram, paradoxalmente, a paz dos que mais as combatem, interessados apenas na manutenção e ampliação de seus privilégios. Ainda que involuntariamente, tais administrações prestaram um enorme serviço – não enxergado – aos ricos brasileiros.
Paz social não coexiste com iniquidade extrema. Para que sociedades sejam harmoniosas elas devem ter as características da Escandinávia.
Lá, graças à cultura da chamada Janteloven, ninguém se acha no direito de se julgar melhor que ninguém por causa do dinheiro (de resto quase sempre herdado) – e os que mais podem contribuem mais, nos impostos, pelo bem comum.
A Espanha seguiu outro caminho – e as consequências agora estão aí.
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