Fundador da seita Unificação pela Paz Mundial, famosa por realizar cerimônias de casamento com milhares de casais, estava hospitalizado havia um mês
O reverendo Sun Myung Moon (Jo Yong-Hak/Reuters)
Ele estava hospitalizado desde o mês passado, depois de sofrer complicações em decorrência de uma pneumonia. Na sexta-feira, Sun Myung Moon apresentava disfunção crítica dos órgãos vitais e sua situação era considerada "irreversível" pelos médicos.
A seita fundada por Moon ficou famosa pelas cerimônias de casamento que reúnem milhares de casais.
Leia também:
Preso seis vezes, uma delas em 1985, nos Estados Unidos, por sonegação fiscal, Moon respondeu por crimes como tráfico de armas e aliciamento de jovens. Mas nada o abalava: proclamava-se o escolhido por Jesus Cristo para salvar a humanidade.
Aos 16 anos, quando ainda vivia na Coreia do Norte, onde nasceu, o reverendo dizia ter tido uma revelação. Jesus deu-lhe uma missão. Só o reverendo poderia ajudá-lo a terminar seu trabalho de salvação da humanidade.
Caberia a Moon criar a família ideal e, a partir dela, a nação ideal, o mundo ideal. Por isso, os casamentos arranjados são comuns entre os seguidores de Moon.
O reverendo determinava quem deveria casar com quem, e os casais recebiam as bênçãos dele e de sua mulher, Hak Ja Han Moon. O líder, acreditam, sabia o que era melhor para todos.
Brasil - Nos anos 90, Moon deu início a um ambicioso projeto no Brasil: transformar a cidade de Jardim, no Pantanal Mato-Grossense, em uma “Nova Coreia” – e inundou a cidadezinha a 270 quilômetros de Campo Grande com milhares de coreanos e japoneses.
A chegada em massa dos orientais à pequena cidade causou toda espécie de estranhamento. Os seguidores de Moon foram acusados de estar na região para extrair órgãos de criancinhas e mandá-los para uma rede mundial de traficantes.
Também corria a história de que o vinho servido na fazenda continha sangue do próprio reverendo. Ou que não se podia chegar perto dos coreanos, porque eles praticavam lavagem cerebral.
Bispos inconformados com a presença dos seguidores do norte-coreano enviaram carta ao então ministro da Justiça, Nelson Jobim, querendo saber se Moon podia fazer sua empreitada brasileira. Se não, que fosse embora.
Bispos inconformados com a presença dos seguidores do norte-coreano enviaram carta ao então ministro da Justiça, Nelson Jobim, querendo saber se Moon podia fazer sua empreitada brasileira. Se não, que fosse embora.
Era natural que a hierarquia católica se incomodasse com os seguidores de Moon. Para eles, a mãe de Cristo não era virgem nem o pai era José. O reverendo disseminava a ideia de que Maria foi visitar uma prima, Isabel, e lá conheceu o marido dela, Zacarias, que a engravidou.
O movimento de Moon afirma que evangeliza em cerca de 200 países e reivindica três milhões de adeptos.
02 de setembro de 2012
(Com AFP) Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário