Media Watch - Outros
Mas que você, leitor, acredite mais nas ironias e afetações de superioridade de Obama do que nos fatos e documentos sempre ocultados por Globo Online e companhia, aí já é um sinal de que nunca assistiu à Vila Sésamo.
Notícia do dia 24 de outubro no Globo Online: "Em apenas 48 horas, Obama estrela eventos em oito estados". Isso mesmo: "estrela eventos". Um popstar. Na foto, "Obama sorri diante de eleitora vestida de Garibaldo, de ‘Vila Sésamo’".
Notícia do dia 24 de outubro nos Estados Unidos: E-mails mostram que governo Obama foi informado do ataque terrorista em Benghazi (e do grupo responsável por ele) ainda durante o ataque, não tomou atitude alguma para salvar vidas e depois mentiu a respeito.
Isso mesmo: Barack Obama deixou americanos serem mortos. Isso mesmo: culpou um vídeo do YouTube por mais de uma semana, mesmo sabendo qual era o grupo responsável. Sim: prendeu o autor do vídeo.
Quer mais detalhes? Ok.
Duas horas após o início do ataque terrorista, a Casa Branca foi informada por e-mail do que estava acontecendo. O ataque durou 7 horas. Os EUA dispõem de tropas - na Itália, por exemplo - capazes de chegar ao local em até 1 hora. Dois dos americanos mortos foram assassinados nas horas finais do ataque. O governo Obama poderia tê-los salvo. Por incompetência ou por colocar a política à frente da defesa, nada fez.
No terceiro e último debate, Mitt Romney criticou Obama pelo estado atual da Marinha, cujo número de navios foi reduzido, comprometendo a segurança da população. Obama o ironizou, dizendo que a Marinha também tem hoje menos cavalos e baionetas, e nem por isso está mais fraca.
"Nós temos essas coisas chamadas porta-aviões, onde os aviões pousam. Temos esses navios que vão por debaixo d'água, os submarinos nucleares." Provocou risos entre muitas criancinhas, embora não entre os oficiais das Forças Armadas, não só porque ainda usam 419.155 baionetas no Exército e 195.334 na Marinha, como também porque Obama cortou US$ 400 bilhões em gastos do setor, que, se nos tempos de Eisenhower a Lyndon Johnson foram de 10% do PIB, hoje não passam de 4,7%.
Mesmo assim, de fato, "nós temos essas coisas chamadas porta-aviões", de onde aviões americanos podiam ter decolado para dar uma ajudinha aos diplomatas da embaixada em Benghazi e onde os aviões - imagine - podiam ter pousado em seguida, com os pilotos comemorando o fato de não estarem mais montados em seus cavalos.
Assim como você e eu faríamos, no entanto, o governo Obama não deu a menor pelota para o e-mail com o assunto "Benghazi Shelter Location Under Attack CBU". Talvez até o tenha marcado com uma estrelinha para ler depois da novela. Quer dizer: é como se o Batman não atendesse ao holofote ou ao telefone vermelho por ter mais o que fazer na Bat-Caverna. Com a diferença, claro, de que você, eu e o Batman não fomos eleitos nem somos pagos para ler os e-mails mais aborrecidos e tomar as devidas providências imediatas.
Que um governo assistencialista até a medula coloque a culpa do déficit público nos gastos militares, mesmo quando reduzidos percentualmente a menos da metade de outras épocas, é compreensível (e Arnaldinho Jabor que o diga). Que, para isso, tenha de fingir que ataques terroristas, quando muito, são coisas que dão e passam como um resfriado, sem deixar maiores sequelas, também. Que a imprensa mundial encubra a consequência mortal da política islâmica, digo, externa de Obama e continue culpando os investimentos bélicos de George W. Bush pela crise da economia, mais ainda.
Mas que você, leitor, acredite mais nas ironias e afetações de superioridade de Obama do que nos fatos e documentos sempre ocultados por Globo Online e companhia, aí já é um sinal de que nunca assistiu à Vila Sésamo.
Isso mesmo: se o tamanduá Funga-Funga é o amigo imaginário do pássaro Garibaldo, a estrela de eventos Barack Obama só pode ser o Funga-Funga da imprensa.
Com a diferença, claro, de que Funga-Funga fica deprimido quando os adultos não acreditam, digamos, na pessoa dele; Obama, mais esperto, fica irônico.
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Nota de rodapé 1: Donald Trump ofereceu US$ 5 milhões para a instituição de caridade que Obama escolher, caso ele traga a público seu histórico escolar e seu passaporte. Como Obama reagiu? Ironizou Trump, claro: "Isso tudo começou quando estávamos crescendo no Quênia.
Tínhamos constantes disputas no futebol, ele não era muito bom e ficava ressentido. Quando finalmente nos mudamos para os EUA, achei que isto teria acabado."
Por que Obama fez isso? Porque não pode mostrar seus documentos. Se mostrar, terá de responder:
1) como entrou na Indonésia quando o ingresso de americanos era proibido - ou seja: terá de explicar se tem outra nacionalidade ou dupla nacionalidade, estando em ambos os casos impedido de ser presidente dos EUA;
2) como ganhou a bolsa Fulbright para alunos estrangeiros no Occidental College - ou seja: terá de explicar se é estrangeiro ou se falsificou o documento para ganhar a bolsa.
Em todo caso, não perca no Globo Online de 26 de outubro:
"Trump e eu crescemos juntos no Quênia, brinca Obama".
Nota de rodapé 2: "The nation - ME"... Assim disse Obama, em seu momento Luís XIV ("O estado sou eu") no último debate, deixando escapar quem afinal Funga-Funga pensa que é.
26 de outubro de 2012
Felipe Moura Brasil edita o Blog do Pim.
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