"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

BRASIL REAL

Inadimplência não cede e juros ao consumidor voltam a subir. É o terceiro mês seguido que taxa de calotes fica no maior patamar da série histórica


 
A inadimplência nas operações de crédito no país se manteve em 5,9% em setembro, o maior nível apurado desde quando o Banco Central (BC) começou a registrar os dados na série histórica que começou em 2001.
Foi o terceiro mês de estabilidade, segundo informou o BC nesta sexta-feira. Nesse cálculo são considerados atrasos de pagamento superiores a 90 dias.

Apenas entre as pessoas físicas, a inadimplência em setembro chegou a 7,9%, também a maior do ano, e mesmo percentual registrado em julho e agosto. Entre as empresas, os não pagadores são 4,0% do total, 0,1 ponto percentual abaixo do que foi registrado no mês anterior.

Juros para famílias voltaram a subir


Apesar dos estímulos para o governo, os juros bancários cobrados para as pessoas físicas voltaram a subir no mês passado. A taxa subiu de 35,6% ao ano para 35,8% ao ano, em setembro. De acordo com o Banco Central, a culpa é da greve dos bancários. Sem acesso ao gerente, o correntista pegou créditos pré aprovados que são mais caros e podem ser contraídos pelos canais de autoatendimento.

Após vários meses de recuo teve esse aumento marginal e vale lembrar que em setembro tivemos paralisações e isso favorece o crédito imediato afirmou o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel.

Mesmo com a alta dos juros para as família e um aumento do spread bancário a diferença entre o custo do dinheiro para os bancos e por quanto ele repassa para seus clientes - cobrado da pessoa física, o spread geral caiu. E chegou ao menor patamar desde quando o BC começou a registrar os dados em 2001. O spread no Brasil caiu de 22,5 pontos percentuais para 22,3 pontos percentuais.

Os juros cobrados das empresas também atingiram o piso histórico: passaram de 23,1% ao ano para 22,6% ao ano.

Esse acirramento concorrencial que observamos desde o início do ano repercutiu nas nossas estatísticas constatou Maciel.

Ainda segundo a autoridade monetária, o crédito total disponibilizado pelo sistema financeiro no Brasil subiu 1,1% em setembro, chegando a 51,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 2,237 trilhões

O Globo
26 de outubro de 2012

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