"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PT ESCONDE ROSE EM SÃO PAULO, ENQUANTO O GOVERNO EVITA QUE ELA SEJA CONVIDADA A DEPOR NO SENADO


Em São Paulo, dirigentes do PT tentam acalmar Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, para que enfrente a crise sem se desesperar e recorrer à delação premiada. A ordem é impedir que jornalistas se aproximem dela. Enquanto isso, em Brasília, o governo arma sua estratégia no Congresso para evitar envolvimento da presidente Dilma Rousseff nesse novo escândalo de corrupção.

A liderança da base aliada jogou pesado esta terça-feira e conseguiu impedir no Senado a aprovação de um convite para Rosemery prestar depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira. Líderes governistas convenceram senadores do grupo dos chamados "independentes" a ainda não votarem o convite, que também incluía os irmãos Paulo e Rubens Vieira e o ex-advogado-geral adjunto da União José Weber Holanda.

A repórter Denise Madueño, do Estadão, revela que, com o acordo, os requerimentos que convidam Rosemary, Weber, Paulo e Rubens Veira vão ficar "sobrestados" – o que significa que não entrarão na pauta da comissão até uma nova decisão dos autores do requerimento. Pelo regimento do Senado, os servidores de segundo escalão do governo só podem ser convidados, e não convocados a depor.

No Palácio do Planalto, o esquema já está armando para reduzir danos políticos e abafar o mais novo escândalo de corrupção. A ordem é levar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao qual a Polícia Federal é subordinada, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, às comissões na Câmara e no Senado para dar explicações, sem que a própria Rose seja chamada, porque é muito inexperiente e despreparada para enfrentar os parlamentares.

Mas até quando o PT poderá seguir evitando que os jornalistas se aproximem da Rose, que era tão íntima do então presidente Lula que o chamava de "tio". Um tio que não sabia de nada e foi novamente traído e apunhalado pelas costas…

28 de novembro de 2012
Carlos Newton

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