Em São Paulo, dirigentes do PT tentam acalmar Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, para que enfrente a crise sem se desesperar e recorrer à delação premiada. A ordem é impedir que jornalistas se aproximem dela. Enquanto isso, em Brasília, o governo arma sua estratégia no Congresso para evitar envolvimento da presidente Dilma Rousseff nesse novo escândalo de corrupção.
A liderança da base aliada jogou pesado esta terça-feira e conseguiu impedir no Senado a aprovação de um convite para Rosemery prestar depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira. Líderes governistas convenceram senadores do grupo dos chamados "independentes" a ainda não votarem o convite, que também incluía os irmãos Paulo e Rubens Vieira e o ex-advogado-geral adjunto da União José Weber Holanda.
A repórter Denise Madueño, do Estadão, revela que, com o acordo, os requerimentos que convidam Rosemary, Weber, Paulo e Rubens Veira vão ficar "sobrestados" – o que significa que não entrarão na pauta da comissão até uma nova decisão dos autores do requerimento. Pelo regimento do Senado, os servidores de segundo escalão do governo só podem ser convidados, e não convocados a depor.
No Palácio do Planalto, o esquema já está armando para reduzir danos políticos e abafar o mais novo escândalo de corrupção. A ordem é levar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao qual a Polícia Federal é subordinada, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, às comissões na Câmara e no Senado para dar explicações, sem que a própria Rose seja chamada, porque é muito inexperiente e despreparada para enfrentar os parlamentares.
Mas até quando o PT poderá seguir evitando que os jornalistas se aproximem da Rose, que era tão íntima do então presidente Lula que o chamava de "tio". Um tio que não sabia de nada e foi novamente traído e apunhalado pelas costas…
28 de novembro de 2012
Carlos Newton
Nenhum comentário:
Postar um comentário