Chávez beija o crucifixo ao anunciar nesta madrugada (veja vídeo acima) de sopetão que será operado outra vez em Cuba para retirar "células malignas" de seu corpo. Foto no site venezuelano Notícias24 |
Num inesperado discurso à Nação na madrugada deste domingo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, informou que deverá realizar uma nova cirurgia em Cuba, já que "após uma exaustiva revisão médica" realizada nos últimos dias foram encontradas "algumas células malignas" em seu corpo. Segundo Chávez, a nova intervenção deverá ser realizada "nos próximos dias". O presidente admitiu que toda operação "apresenta riscos".
Num tom dramático pouco comum no chefe de Estado, o líder bolivariano afirmou que "se algo acontecer que me impeça de continuar à frente da Presidência da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro (o novo vice-presidente do país) não somente nessa situação deverá concluir, como manda a Constituição, o período, senão que minha firme e plena opinião, irrevogável, absoluta, total é que nesse cenário, que obrigará a convocação de eleições presidenciais, vocês escolham Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana".
— Com o favor de Deus como em ocasiões anteriores sairemos vitoriosos — disse Chávez, que anteontem retornou a Caracas, após várias semanas e tratamento médico em Cuba.
O presidente venezuelano apelou para a união do país e lembrou que está enfrentando "uma batalha pela saúde".
— Temos enfrentado o problema da saúde com muita mística, com muita fé e muita esperança — declarou o presidente, que em junho do ano passado confirmou, pela primeira vez, ter câncer.
O pronunciamento de Chávez ocorreu às vésperas de importantes eleições regionais na Venezuela, um novo desafio para os opositores do presidente. Em outubro passado, o líder bolivariano foi releeito para um novo mandato de seis anos, com uma vantagem em torno a dez pontos percentuais em relação a seu principal adversário, Henrique Capriles Radonsky, que obteve cerca de 45% dos votos e nas próximas eleições regionais disputará o governo do estado de Miranda.
Já durante a campanha, informações extra-oficiais que circulavam em Caracas indicavam que os problemas de saúde de Chávez eram mais graves do que o Palácio Miraflores admitia publicamente. Para muitos analistas locais, a campanha eleitoral foi um esforço sobrehumano para o presidente, que agora enfrenta uma nova recaída.
09 de dezembro de 2012
in aluizio amorim
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