Naturalmente nossas vulnerabilidades serão exploradas. Os ambientalistas querem aumentar as áreas preservadas do País. Indígenas lutam para demarcar mais terras exclusivas. Quilombolas tentam dominar seus espaços “históricos”. Agricultores precisam expandir a exploração do solo. E as cidades continuam crescendo. Não haverá como acomodar tantas demandas sobre o espaço nacional.
Imaginemos, por exemplo, um confronto entre o Legislativo e o Judiciário em função do direito de cassar mandatos de parlamentares. Os dois Poderes podem convocar as Forças Armadas (instituição do Estado) para fazer prevalecer a Constituição, pois esta é uma das suas missões. Problema grande para as Forças Armadas, que terão de agir como Poder Moderador numa questão ambígua. Uma crise Institucional estaria criada.
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CORRUPÇÃO
O despertar da justa indignação em face da corrupção é altamente benéfico, mas se for exacerbado conduzirá ao enfraquecimento da coesão em má hora. O estrago que o mensalão fez na base de sustentação do Governo não se encerrará com a condenação dos principais quadrilheiros.
Novas declarações do Marcos Valério talvez envolvam o Lula de forma incontestável.
Merecidamente? Julgamos que sim, mas não é isto o que preocupa: enquanto as condenações se limitavam ao Zé Dirceu e a outros políticos, notoriamente indignos, a massa da população aplaudia, mas ao Lula, mesmo culpado haverá, certamente, quem o defenda com armas na mão.
Isto é ridículo, direis. Defender malfeitos e malfeitores? Sim, ridículo mas possível e até provável, p ois o homem brasileiro por natureza cultiva a gratidão, e o Lula deu de comer a muitas crianças famélicos e tirou da miséria a uns quantos milhões. Se alguém acha que entre esses não há gente capaz de violência por gratidão se ilude a toa. Como se não bastasse o mensalão, vem a luz o caso “Rosemary”, atingindo o Lula ainda mais diretamente .
O Lula merece ser punido? Claro, como também mereceria o FHC com a privatização da Vale e a desnacionalização do sistema telefônico. Também o Sarney e outros mais, mas… e as consequências? Estamos dispostos a pagar o preço, numa hora em que o “estabelecimento” mundial se volta contra o nosso País?
Melhor seria se não levássemos o caso às últimas consequencias. Se isto não for possível, esperamos pelo menos que a Presidente Dilma não envolva seu nome na sujeira. Se afaste do caso e não tente defender o indefensável.
20 de dezembro de 2012
Gelio Fregapani
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