O mundo já teve grandes nomes que proporcionaram grandes revoluções. A revolução promovida por Nicolau Copérnico que mostrou que a terra não era o centro do universo, a revolução darwinista situando, nós humanos, na mesma linha do mundo animal, causaram uma reviravolta no pensamento e comportamento humano sem paralelos.
A revolução na Lingüística e na esfera médica, em especial na saúde pública com todas as descobertas na higienização, sem falar nas revoluções dentro da tecnologia, isso mais recentemente, deram ao mundo uma nova concepção de homem.
No entanto, em minha opinião, nenhuma revolução se compara a revolução freudiana. Nem mesmo os grandes achados promovidos pelo intelecto poderoso de Karl Marx, mostrando, por exemplo, que o consumo desenfreado do nosso tempo, obedece ao que ele chamou de “fetichismo” das mercadorias, se compara às descobertas desse judeu genial chamado Sigmund Freud.
Aliás, até o próprio fetichismo dos objetos percebidos por Marx, só pode ser mais bem entendido com as análises e teorias do pai da psicanálise.
Mas a grande revolução freudiana ficou mesmo marcada pela descoberta do que ele intitulou de “inconsciente”, que muitos ainda hoje teimam em chamar de “subconsciente”, termo este que Freud nunca usou.
A descoberta da sexualidade infantil (causando um furor na época em que ele trouxe a tona e ainda hoje), de desejos impensáveis e não sabidos que circulam a mente humana, causando uma mudança (ou como dizem os cientistas modernas, uma “quebra de paradigma”) sem precedentes na história do pensamento humano.
E não foi apenas na esfera individual que o pensamento de Freud explodiu em criatividade ou que seus achados a partir da clinica ouvindo pacientes passaram a influenciar o humano em todas as suas dimensões. Não. Suas análises no mundo social também recebeu atenção ao abordar as produções coletivas, como por exemplo, a religião, apontando, no entanto, que apesar de serem sociais, eram derivadas do núcleo social primeiro ou menor, qual seja, a família.
Freud foi um gigante do pensamento humano. Mexeu e remexeu na cultura com uma coragem impar, submetido a um rigor e uma inteligência e a uma mente própria dos grandes desbravadores como ele mesmo disse de si.
Hoje se fala muito (e se escreve também) em revolução na neurociência, nas funções neuronais, mas queiramos ou não, saibamos ou não, somos (e continuaremos a ser) em muito, para não parecer tão radical da nossa parte, frutos das relações com os outros (afinal não nascemos falando, aprendemos com o outro), e, portanto, de uma subjetividade interior que delineia e marca a vida de todos nós e de cada um.
20 de dezembro de2012
Laurence Bittencourt
Nenhum comentário:
Postar um comentário