Espanta-me o que acontece politicamente aqui em Tel Aviv. Na direita, a velha geração de líderes do Partido Likud, que pelo menos mantinha relações com o mundo, falava Inglês e respeitava a Suprema Corte de Israel, foi colocada de lado nas últimas primárias por um ascendente grupo de colonos ativistas de extrema direita que estão convencidos de que os palestinos já não representam mais uma ameaça e que ninguém pode remover os 350 mil judeus que vivem na Cisjordânia.
Netanyahu, a imagem da direita
Esse grupo de extrema direita é tão arrogante e indiferente às preocupações dos Estados Unidos que anunciou planos para a construção um enorme bloco de assentamentos no coração da Cisjordânia – em retaliação à votação da ONU que concedeu Palestina a categoria de Estado observador.
Os principais candidatos para as eleições de 22 de janeiro nem sequer contemplam a pacificação dentro de suas propostas, e parecem obedecer a supremacia da direita nesta matéria. Um dos líderes dos assentamentos israelenses me disse que na Cisjordânia, atualmente, o principal problema "são engarrafamentos de trânsito".
Alegra-me que o muro e o escudo de ferro protejam os israelenses de inimigos que querem prejudicá-los, mas eu temo que o muro e o escudo também os impeçam de ver as verdades que precisam resolver com urgência.
(artigo enviado por Mario Assis)
16 de dezembro de 2012
Thomas Friedman (New York Times)
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