A China foi trazida por Mao Tse Tung para a atual posição de grande potência, a duras penas, é verdade. Mas já se sabe que em pouco tempo ocupará a posição de primeira economia do mundo.
E nem precisava a China atuar. Com o crescimento avassalador do Islam, a visão Eurocêntrica do mundo está desaparecendo. Agora as atenções estão voltadas para o Oriente Médio, não mais para a Europa.
As esperanças suscitadas pelo levante na Tunísia de que a democracia viesse a vicejar com a chamada Primavera Árabe, nos países onde ela ocorreu, já foram dissipadas.
Hoje, no Marrocos do rei Mohammed VI e do primeiro-ministro Abdeliah Benkirane, o povo já percebeu que as luzes bruxuleantes da democracia estão se esvanecendo.
E não foi por acaso que a Al Qaeda incentivou e promoveu o levante, instrumento de fanatismo nacionalista e religioso. O surpreendente é que o levante em diversos lugares foi incentivado e festejado em alguns países ocidentais. O Cristianismo ideológico logo se apressou em estourar champagne em homenagem ao que hoje já se sabe que é um beco sem saída, como se diz aí no Brasil. Ou um cul-de-sac, como se fala na Europa.
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PRIMAVERA DA FÉ
Só agora é que perceberam que toda a revolta árabe era islâmica, e patrocinada pela Al Qaeda. A Rússia logo se recusou a participar do ataque ao governo líbio, e a China ficou na moita. Ambos os países não retiraram (principalmente a Rússia) o apoio dado ao presidente da Síria, Hafez Assad. O Sr. Putin, de sua parte, não perde chance de restaurar a glória soviética.
Os Estados Unidos logo tiveram uma resposta inesperada em decorrência do apoio dado ao levante primaveril na Líbia, após a queda do Sr, Kadaffi. Como foi divulgado, a 11 de Setembro passado um ato terrorista atingiu a Missão Americana em Benghazi, colhendo a vida do embaixador J. Christopher Stevens e de outros funcionários. Até hoje o FBI. está investigando, mas contando com a relutância dos chefes policiais e de muitos membros do grupo islamista local Ansal-al-Sharia, suspeito de participar do ataque.
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IMPASSE
A questão agora se tornou urgente. Não sabem como marginalizar os jihadistas da Qaeda que estão atuando entre os rebeldes anti-Assad. O Nusra Front, ramo da Al Qaeda no Iraque, se tornou uma brigada extremamente atuante na luta contra o presidente Bashar Al Assad, recebendo ajuda do Qatar, Arábia Saudita, Turquia e Iraque Kurdistão.
Claro que o supracitado grupo vai emergir como força política dominante na Síria, caso ocorra a queda do Sr, Assad. Veremos radicalização total atingindo sunnitas, alawitas e cristãos. O surpreendente dessa história é que o Nusra Front é visto agora pelo Ocidente como uma organização terrorista dedicada ao jihad islâmico global e a promover a violenta queda das monarquias sunnitas.
Não foi por acaso que o Iran se colocou a favor do Sr, Assad. Tudo indica, aliás, que a Rússia e o Iran não vão debandar o Sr, Assad.
E o Brasil, qual a sua jogada nessa sinuca-de-bico?
16 de dezembro de 2012
Paulo Solon
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