"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

GURGEL QUEBRA O SILÊNCIO E DIZ QUE NENHUM ADVOGADO DE DEFESA CONSEGUIU DESMONTAR A ACUSAÇÃO

 


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, falou pela primeira vez sobre as defesas apresentadas pelos 38 réus do mensalão e comentou que não foi apresentado fato novo que desmontasse a denúncia. Gurgel disse ao repórter Márcio Falcão, da Folha, que já era esperado que os defensores sustentassem a tese de caixa dois para pagar dívidas de campanha e que apostassem na ideia de que a compra de voto não passou de um delírio do Ministério Público.



Depois de ouvir os advogados e ser alvo até de ataques pessoais, chamado de “omisso” e “mesquinho”, mesmo assim Gurgel , manteve a calma: “Isso é tradicional. [...] Isso faz parte da técnica da defesa.
É a ladainha da defesa”, disse ao repórter Márcio Falcão, acrescentando que alfinetadas fazem parte da técnica de defesa, mas não se pode admitir falas mais agressivas.

“Grosserias são sempre inaceitáveis”, disse, afirmando, porém, que não pretende rebater as declarações.

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LULA DE FORA

Gurgel disse a Márcio Falcão ter ficado mais impressionado com as declarações na sessão de terça-feira do julgamento, quando a defesa do delator do esquema e presidente do PTB, Roberto Jefferson, acusou o ex-presidente Lula de ser o mandante do mensalão.

Segundo Gurgel, o advogado Luiz Barbosa quis “jogar para a galera” pois não há chance de “incluir ninguém no processo”. A participação de Lula foi analisada por seu antecessor na chefia da Procuradoria, Antonio Fernando de Souza, mas que o próprio Supremo já rejeitou a inclusão do petista duas vezes. “Isso está superado, é um assunto morto.”

Então, fica combinado assim. Se o próprio Gurgel, que representa o Ministério Público, se recusa a acusar Lula, o Supremo não tem como fazê-lo, por falta de legitimidade da denúncia ou outro argumento qualquer.

16 de agosto de 2012
Carlos Newton

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