"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

EM GREVE, POLÍCIA FEDERAL SAI ÀS RUAS E AMEAÇA UMA "QUINTA-FEIRA NEGRA"

 

Manifestantes fizeram uma grande passeata ontem em Brasília, com o intuito de pressionar o Executivo por melhores salários. Trânsito teve que ser fechado em uma das principais vias da capital.

 (Marcelo Ferreira/CB/DA Press)
(Foto Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Insatisfeitos com mais uma negativa do governo em lhes conceder aumentos de salários e promover uma profunda reestruturação na carreira, os policiais federais mandaram um duro recado à presidente Dilma Rousseff: vão parar o país hoje por meio do que estão chamando de Operação Blackout.

O aviso partiu do presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, depois de quase duas horas de uma frustrante reunião com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. O sindicalista foi taxativo: “Será uma quinta-feira negra”.

Os policiais acertaram a volta da operação padrão que, na semana passada, provocou transtornos em todo o país. A ordem é revistar uma por uma as bagagens de passageiros que embarcarem em voos internacionais nos principais aeroportos do país, vasculhar cada carro que cruzar os postos de fiscalização nas fronteiras brasileiras e fazer uma varredura em tudo o que passar pelos portos.

Com isso, filas imensas devem se formar nos terminais aeroportuários e nos postos de fronteiras, incomodando, sobretudo, a classe média, que costuma fazer barulho ao ser confrontada com a má prestação de serviços públicos. Também ficará evidente o desconforto de empresários com a demora para o trânsito de mercadorias nos portos e o encalhe de navios.

16 de agosto de 2012
Jorge Freitas e Edson Luiz (Correio Braziliense)

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