Recuo em novembro ante outubro foi de 0,6%. Somente 27,8% dos setores mostraram crescimento no mês. Em outubro, a indústria produziu 0,1% a mais e esse percentual fora de 72,5%
— Para onde se olha, em qualquer comparação, os resultados são negativos. Um ambiente que marcou a indústria em 2012 — afirmou o economista.
O pior resultado no ano vem dos bens de capital, que já tiveram a produção reduzida em 11,6% este ano. Segundo Macedo, apesar das taxas negativas, houve um melhora no terceiro trimestre e no fim do ano, especificamente nos setores favorecidos por desonerações fiscais, como linha branca, móveis e carros:
— Entre outubro e novembro, os bens duráveis subiram 9,4%. Mas isso não reflete o total da indústria.
Os números da indústria sofreram revisão forte em outubro. A alta de 0,9% foi revisada para 0,1%. A explicação está na queda forte que houve em novembro, na comparação com outubro. A queda, sem a retirada dos fatores sazonais, foi de 5%, abaixo dos 4% dos padrões históricos, diz Macedo. Foi a pior taxa sem ajuste sazonal desde novembro de 2008, quando o recuo fora de 11,7%:
— Quando há queda forte, pelo modelo do ajuste sazonal, há mudanças nos números anteriores — afirma Macedo.
No ano, a indústria reduziu a produção em 2,6%, o maior corte desde 2009, quando caíra 7,4%, num ano de recessão no Brasil.
Analistas esperavam recuo de 0,9%
O recuo apresentado em novembro anula a alta de 0,1% vista em outubro ante setembro, em dado revisado após ter sido divulgado anteriormente um avanço de 0,9%. O resultado foi pressionado pela desaceleração na fabricação de automóveis e da indústria extrativa, colocando assim em dúvida a expectativa de uma recuperação no setor no final do ano passado.
Por outro lado, o resultado foi melhor do que a expectativa de economistas. A mediana das previsões de 14 analistas ouvidos pela Reuters indicava que a produção industrial teria recuado 0,9% em novembro ante outubro. As estimativas variaram de queda de 0,3% a 1,2%.
Na comparação com novembro de 2011, a produção caiu 1%, nesse caso pior do que a previsão de recuo de 0,8%. Em outubro, a produção havia interrompido uma sequência de 13 meses de taxas negativas nesse tipo de comparação ao avançar 2,5%, em dado também revisado após ter sido divulgado anteriormente avanço de 2,3%.
Segundo o IBGE, em novembro 16 das 27 atividades pesquisadas apresentaram queda sobre o mês anterior, com destaque para o recuo de 6,7% em indústrias extrativas e de 2,8% no setor de veículos automotores.
Com isso, essas atividades eliminaram parte do crescimento registrado em outubro, de 8,2% e 3,2%, respectivamente. Segundo a Anfavea, associação que representa as montadoras do país, o setor deve encerrar em queda 2012, o primeiro recuo anual desde 2002.
Na comparação com novembro de 2011, o setor de veículos automotores, com recuo de 7,5%, foi o que exerceu a maior influência negativa para a queda de 1% na produção industrial, pressionado pela queda na fabricação de aproximadamente 71% dos produtos investigados, segundo o IBGE.
Entretanto, outro dado sobre a indústria sugere que o setor industrial brasileiro estava se recuperando no final do ano, embora a um ritmo mais lento. Em dezembro, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras do Markit, divulgado na quarta-feira, atingiu 51,1, ante 52,2 em novembro, indicando expansão pelo terceiro mês seguido.
A economia brasileira iniciou o quarto trimestre de 2012 acelerando o passo, com avanço de 0,36% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em outubro ante setembro. Mas esse resultado ainda não foi suficiente para sustentar as avaliações de que a recuperação era permanente.
Caiu a parcela de itens cuja produção cresceu
A parcela de itens que tiveram sua produção aumentada caiu em novembro, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal. Somente a produção de 27,8% dos itens cresceu no mês. Em outubro, a indústria produziu 0,1% a mais e esse percentual fora de 72,5%. A média do indicador nos últimos dez anos para este mês é de 36,6%. Na comparação com novembro do ano passado, a situação melhora um pouco: a produção subiu em 40,9% dos itens da pesquisa do IBGE.
Nessa mesma comparação, nos bens de capital, aqueles voltados para aumentar a capacidade produtiva do país, o índice de difusão ficou em 28,9%, o mais baixo entre as quatro categorias de uso. Nos bens intermediários, os insumos da indústria, a taxa está em 44,4%. Entre os bens duráveis (eletrodomésticos, móveis e carros), mais da metade estão em alta, 52,4%. No grupo de bens não duráveis, como alimentos, vestuário e calçados, o índice de difusão está em 37,4%.
04 de janeiro de 2013
A indústria brasileira voltou ao nível de produção de quase três anos atrás, afirmou o gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo. Segundo ele, novembro foi um mês em que houve predomínio de taxas negativas. Em novembro, a produção recuou 0,6% frente a outubro, de acordo com os dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira.
— Para onde se olha, em qualquer comparação, os resultados são negativos. Um ambiente que marcou a indústria em 2012 — afirmou o economista.
O pior resultado no ano vem dos bens de capital, que já tiveram a produção reduzida em 11,6% este ano. Segundo Macedo, apesar das taxas negativas, houve um melhora no terceiro trimestre e no fim do ano, especificamente nos setores favorecidos por desonerações fiscais, como linha branca, móveis e carros:
— Entre outubro e novembro, os bens duráveis subiram 9,4%. Mas isso não reflete o total da indústria.
Os números da indústria sofreram revisão forte em outubro. A alta de 0,9% foi revisada para 0,1%. A explicação está na queda forte que houve em novembro, na comparação com outubro. A queda, sem a retirada dos fatores sazonais, foi de 5%, abaixo dos 4% dos padrões históricos, diz Macedo. Foi a pior taxa sem ajuste sazonal desde novembro de 2008, quando o recuo fora de 11,7%:
— Quando há queda forte, pelo modelo do ajuste sazonal, há mudanças nos números anteriores — afirma Macedo.
No ano, a indústria reduziu a produção em 2,6%, o maior corte desde 2009, quando caíra 7,4%, num ano de recessão no Brasil.
Analistas esperavam recuo de 0,9%
O recuo apresentado em novembro anula a alta de 0,1% vista em outubro ante setembro, em dado revisado após ter sido divulgado anteriormente um avanço de 0,9%. O resultado foi pressionado pela desaceleração na fabricação de automóveis e da indústria extrativa, colocando assim em dúvida a expectativa de uma recuperação no setor no final do ano passado.
Por outro lado, o resultado foi melhor do que a expectativa de economistas. A mediana das previsões de 14 analistas ouvidos pela Reuters indicava que a produção industrial teria recuado 0,9% em novembro ante outubro. As estimativas variaram de queda de 0,3% a 1,2%.
Na comparação com novembro de 2011, a produção caiu 1%, nesse caso pior do que a previsão de recuo de 0,8%. Em outubro, a produção havia interrompido uma sequência de 13 meses de taxas negativas nesse tipo de comparação ao avançar 2,5%, em dado também revisado após ter sido divulgado anteriormente avanço de 2,3%.
Segundo o IBGE, em novembro 16 das 27 atividades pesquisadas apresentaram queda sobre o mês anterior, com destaque para o recuo de 6,7% em indústrias extrativas e de 2,8% no setor de veículos automotores.
Com isso, essas atividades eliminaram parte do crescimento registrado em outubro, de 8,2% e 3,2%, respectivamente. Segundo a Anfavea, associação que representa as montadoras do país, o setor deve encerrar em queda 2012, o primeiro recuo anual desde 2002.
Na comparação com novembro de 2011, o setor de veículos automotores, com recuo de 7,5%, foi o que exerceu a maior influência negativa para a queda de 1% na produção industrial, pressionado pela queda na fabricação de aproximadamente 71% dos produtos investigados, segundo o IBGE.
Entretanto, outro dado sobre a indústria sugere que o setor industrial brasileiro estava se recuperando no final do ano, embora a um ritmo mais lento. Em dezembro, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras do Markit, divulgado na quarta-feira, atingiu 51,1, ante 52,2 em novembro, indicando expansão pelo terceiro mês seguido.
A economia brasileira iniciou o quarto trimestre de 2012 acelerando o passo, com avanço de 0,36% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em outubro ante setembro. Mas esse resultado ainda não foi suficiente para sustentar as avaliações de que a recuperação era permanente.
Caiu a parcela de itens cuja produção cresceu
A parcela de itens que tiveram sua produção aumentada caiu em novembro, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal. Somente a produção de 27,8% dos itens cresceu no mês. Em outubro, a indústria produziu 0,1% a mais e esse percentual fora de 72,5%. A média do indicador nos últimos dez anos para este mês é de 36,6%. Na comparação com novembro do ano passado, a situação melhora um pouco: a produção subiu em 40,9% dos itens da pesquisa do IBGE.
Nessa mesma comparação, nos bens de capital, aqueles voltados para aumentar a capacidade produtiva do país, o índice de difusão ficou em 28,9%, o mais baixo entre as quatro categorias de uso. Nos bens intermediários, os insumos da indústria, a taxa está em 44,4%. Entre os bens duráveis (eletrodomésticos, móveis e carros), mais da metade estão em alta, 52,4%. No grupo de bens não duráveis, como alimentos, vestuário e calçados, o índice de difusão está em 37,4%.
04 de janeiro de 2013
Cássia Almeida, com agências
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