Nelson Motta, em sua coluna do jornal
O Globo de hoje, começa colocando o dedo na ferida: "A maneira mais
estúpida, autoritária e desonesta de responder a alguma crítica é tentar
desqualificar quem critica, porque revela a incapacidade de rebatê-la com
argumentos e fatos, ideias e inteligência". Ou seja, muitos trocam argumentos
por “coices e relinchos”, título de seu excelente artigo sobre a reação de
muitos esquerdistas às críticas de Ferreira Gullar ao “mito”
Lula.
Foi-me impossível ler tais palavras e não
pensar automaticamente na mensagem que havia recebido ontem de noite de um
leitor crítico. As críticas são sempre bem-vindas, pois, como sabia o outro
Nelson, o Rodrigues, “os admiradores corrompem”. O problema é quando o crítico
não quer realmente debater, pois prefere se cercar de suas “certezas” obtidas
não pelo raciocínio, mas pelas emoções.
E esse foi justamente o caso. O leitor
inicia sua mensagem comparando meu currículo e minha idade com a sua experiência
profissional. Nada mais patético do que começar fazendo um apelo à autoridade.
Em seguida, ele liga uma metralhadora giratória de slogans e clichês
esquerdistas, alegando que a Petrobras é um “orgulho nacional”, que eu devo ser
um tucano, um “vendilhão da Pátria”, um lacaio do império americano, e devo
receber dinheiro das multinacionais para defender a privatização da
estatal.
Tudo isso entre um “prezado” e um
“cordialmente”. Ou seja, ele pensa que educação está somente na forma, e não no
conteúdo do que é dito. Deve ser influência da TV Senado, com aqueles
xingamentos chulos entre um “vossa excelência” e outro.
Mas isso é o de menos. O mais triste
mesmo é o sujeito demonstrar, na largada, que não quer debater de verdade,
focando em argumentos. Infelizmente, essa é a regra por aqui: sobram coices e
relinchos, e faltam bons argumentos!
04 de janeiro de 2013
Rodrigo Constantino
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