O Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, deverá pedir o bloqueio judicial dos salários do novo deputado José Genoíno Neto.
Os proventos de R$ 26.723,13 e a verba extra de R$ 34.200 aos quais Genoíno têm direito mensalmente seriam arrestados para o pagamento da multa de R$ 468 mil da Ação Penal 470, onde ele foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão em regime semi-aberto por crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.
Genoíno
pode tomar posse porque o julgamento do mensalão ainda não “transitou em
julgado” e cabem recursos. A posse dele e de outros 13 parlamentares aconteceu a
portas fechadas na presidência da Câmara em recesso.
Genoíno sabe que é
candidato a sair pela porta dos fundos do parlamento diretamente para a cela de
um presídio, assim que não couberem mais recursos ao STF – que já decidiu que os
parlamentares condenados em ação penal terão seus mandatos cassados
automaticamente após a publicação da sentença.
Mas
Genoíno prefere aproveitar o “direito que tem” para continuar influindo no
processo político:
“Me sinto confortável porque estou seguindo as normas da
democracia e da Constituição do meu país. Além do mais, eu fui eleito em 2010,
quando começou esta campanha condenatória. Eu respeito esta Constituição, lutei
por ela e participei da elaboração e da votação. E quem respeita,
cumpre".
Genoíno
terá grande influência enquanto estiver no mandato herdado de Carlinhos Almeida
(PT-SP), empossado prefeito de São José dos Campos (SP). O irmão de Genoíno,
José Nobre Guimarães (PT-CE), foi escolhido como o líder da bancada do partido
na Câmara.
Guimarães é o mesmo que teve um assessor flagrado com US$ 100 mil
dólares na cueca, em 2005. Guimarães também teve o nome citado, em novembro, nas
conversas grampeadas pela Polícia Federal na Operação Águas Claras – na qual 18
pessoas foram presas por suspeitas de fraude em licitações em quatro estados e
no Distrito Federal.
Os
irmãos Genoíno e Guimarães vão colaborar, ainda mais, para o desgaste de imagem
do Partido dos Trabalhadores. Se isto é bom ou ruim, o tempo vai revelar.
Enquanto isto, o cidadão-eleitor-contribuinte brasileiro é submetido à tortura
psicológica de aguentar tamanha falta de ética, honestidade e postura cívica no
maravilhoso e muito bem remunerado mundo dos políticos profissionais – que se
comportam como amadores da verdadeira
democracia.
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem
com Deus.
04 de janeiro de 2013
Jorge
Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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