Não há dúvida alguma que o tempo de TV, que sobra na ampla coligação governista, é escasso para a oposição. O afastamento do DEM, o surgimento do PSD e o esvaziamento de outras pequenas siglas passa a ser um problema e tanto para o PSDB. Se não conseguir estar unida, a oposição não terá como enfrentar o massacre televisivo em 2014. Sem um bom tempo de TV não existe a mínima chance de vitória. A matéria abaixo é de O Globo.
Pré-candidato à Presidência em 2014 pelo PSDB, o senador Aécio Neves vai precisar se desdobrar para montar palanques fortes nos estados contra o PT da presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição. Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Distrito Federal são as prioridades de Aécio. O partido passará por um processo de reestruturação nesses locais. Na avaliação dos tucanos, são colégios eleitorais importantes e onde a sigla apresentou resultado ruim nas eleições municipais em 2012.
O assunto foi discutido em reunião informal por deputados e senadores do PSDB na última quarta-feira, logo após o discurso de Aécio na tribuna do Senado horas antes do evento de comemoração aos dez anos de governo do PT.
Na caminhada em busca de alianças nos estados, Aécio terá, inicialmente, de convencer o DEM, principal aliado, a apoiar sua candidatura. Em recente encontro na Bahia, o Democratas demonstrou que pode se aproximar do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, caso ele decida disputar a Presidência pelo PSB.
No Rio, o DEM pode ser uma pedra no sapato de Aécio. O vereador Cesar Maia, ex-prefeito da capital, se encontrará com o senador nas próximas semanas. Cesar vai avisar a Aécio que o DEM terá candidato próprio ao governo do estado e quer o PSDB no bloco aliado. — Não queremos excluir (o PSDB). Mas queremos ter um candidato (ao governo) com o número 25 na televisão e no rádio — afirma Cesar Maia.
O PSDB, no entanto, sonha em lançar um nome competitivo no Rio para disputar a sucessão do governador Sérgio Cabral, do PMDB. — A ideia é escolher um candidato da sociedade, conhecido e que não seja, necessariamente, do meio político — diz um integrante da Executiva Nacional do PSDB.
No Rio Grande do Sul, a preocupação dos tucanos é em Porto Alegre. Sem representação significativa na capital gaúcha, dirigentes consideram a tarefa “complicada”. A estratégia é tentar levar o PMDB, aliado de Dilma, ao palanque de Aécio Neves. A senadora Ana Amélia, do PP, é uma das apostas do PSDB para concorrer ao governo estadual.
Outro obstáculo de Aécio é o Nordeste. Dos nove estados da região, o PSDB só elegeu um governador (Alagoas), em 2010, contra quatro do PSB. Já das nove capitais nordestinas, apenas duas (Maceió e Teresina) são prefeituras tucanas. Na Bahia, a esperança é convencer o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, do DEM, a pedir votos para Aécio.
— A candidatura de Eduardo Campos vai dividir a base de Dilma no Nordeste. O Aécio é amigo do Neto. Teremos, sim, palanques fortes — ressalta o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG).
O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, desconversa sobre o assunto: — Ainda é cedo para falar de palanques. É precoce.
24 de fevereiro de 2013
in coroneLeaks
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