A vaidade e a ambição são dois pecados sem limites. Para um homem público, então, representam um risco enorme. Tancredo Neves, por exemplo, fazia questão de não demonstrar que era rico, embora o fosse. E recomendava a outros políticos que também procederem assim, fossem discretos com a vida pessoal. Pena que poucos o tenham escutado.
Vejam o caso do senador Renan Calheiros. Este fim de semana, protestos em Brasília e grande número de cidades, organizados pela internet.
Em São Paulo, por exemplo, cerca de 300 pessoas participaram sábado de um protesto contra o parlamentar alagoano na Avenida Paulista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Gritando palavras de ordem contra a corrupção, os manifestantes fecharam três das quatro pistas da avenida.
Semana passada, houve manifestação também em Brasília, diante do Congresso. Na internet, especialmente nas chamadas redes sociais, Renan Calheiros é a bola da vez, ninguém é tão citado negativamente quanto ele.
PRIMEIRO DO RANKING
Na verdade, Renan Calheiros conseguiu a façanha de se tornar o mais desmoralizado político brasileiro da atualidade, superando inclusive o outrora imbatível Paulo Maluf e até os mensaleiros José Dirceu, João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e José Genoíno.
O mais interessante é que Renan Calheiros estava quieto no seu canto, ninguém falava mal dele, e continuava fazendo suas mutretas impunemente. Mas a vaidade a ambição são incontroláveis em pessoas desse tipo. Audaciosa e intempestivamente, ele resolveu voltar a ser presidente do Senado, com a cumplicidade do governo e no PT.
Seu passado então foi desenterrado. Ressuscitaram o caso de sua amante Monica Veloso na capa da Playboy, assim como a fraude das notas frias na venda de gado, o enriquecimento ilícito, toda a sua trajetória de irregularidades voltou à tona. E parece que ele nunca mais vai ter sossego, ficou marcado para sempre.
Valeu à pena todo esse sacrifício de Renan Calheiros só para ser novamente presidente do Senado, depois de ter renunciado ao cargo para não ser cassado? Perguntem a ele. Se arrependimento matasse…
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