"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 11 de abril de 2013

COMEMORANDO A SEGURANÇA DOS BANDIDOS

    
          Artigos - Desarmamento 
A taxa de homicídios cresceu no mesmo período analisado em praticamente todos os estados brasileiros, em especial naqueles onde os cidadãos mais participaram das tais campanhas voluntárias de desarmamento.


No dia 1º de abril, data emblemática, o IPEA apresentou um estudo sobre o impacto do chamado Estatuto do Desarmamento na aquisição de armas de fogo no Brasil, que em tese indica uma queda de mais de 35% nos gastos das famílias brasileiras com esses produtos. O lançamento foi acompanhado por autoridades e organizações, todas favoráveis ao desarmamento da sociedade civil.


 
A imprensa, em quase sua totalidade, repercutiu a apresentação do estudo como uma espécie de troféu, como se fosse a coroação de uma política bem sucedida em prol do cidadão. Mas a verdade é bem diferente do que o IPEA – órgão vinculado diretamente ao governo federal, sabidamente o maior entusiasta deste tipo de ação – tentou provar.
 
Primeiramente, impossível não questionar por qual motivo o instituto simplesmente ignorou o principal, ou seja, a indagação de se a redução trouxe algum real benefício para sociedade. Se houve diminuição, por exemplo, no uso ilegal de armas de fogo no Brasil. E no número de homicídios? A resposta a essas questões seria, por óbvio, negativa. 
 
O fato é que a taxa de homicídios cresceu no mesmo período analisado em praticamente todos os estados brasileiros, em especial naqueles onde os cidadãos mais participaram das tais campanhas voluntárias de desarmamento. Outros crimes, então, como os roubos em residências e pequenas propriedades rurais, simplesmente explodiram.
 
Outro ponto importante é saber o motivo pelo qual foram utilizados os dados do IBGE e não da Polícia Federal.
Os do primeiro são autodeclaratórios, em que o entrevistado é que diz ou não se adquiriu uma arma no período pesquisado - e, convenhamos, quem se sente à vontade em declarar que comprou uma arma para um agente do governo? 
Ao contrário, os dados oficiais da Polícia Federal são independentes da declaração, uma vez que somente com autorização e registro nesse órgão há a compra legal de uma arma de fogo.
 
Há muitas outras dúvidas sem resposta, mas uma certeza aflora cristalina: se há algo para comemorar, é por parte dos criminosos, que cada dia que passa têm a certeza que estão mais seguros.

11 de abril de 2013
Bene Barbosa, especialista em segurança pública e presidente do Movimento Viva Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário