Enquanto os políticos governistas criticaram e cobraram explicações de Luiz Fux, a oposição levantou suspeitas sobre a indicação ao Supremo feita pela presidente Dilma Rousseff.
"As declarações do ex-ministro nos levam a pensar que isso pode ser uma das razões de sua indicação. A situação é mais grave porque estamos às vésperas da indicação de um novo ministro do Supremo que vai participar desse processo [do mensalão]", afirmou o senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência.
Dilma tem avaliado nomes para a vaga deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), afirmou que as declarações de Dirceu comprometem "todo o processo de indicação" de autoridades pela presidente da República. "Dilma o escolheu [Fux] por estar comprometido com os interesses do José Dirceu?"
Para o senador Álvaro Dias, Dirceu estaria tentando modificar o resultado do julgamento do mensalão.
O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), disse que a entrevista do petista não coloca as indicações feitas por Dilma sob suspeita, mas afirmou que o Congresso deve "refletir" sobre o processo de escolha.
Cabe ao Senado sabatinar e aprovar os nomes encaminhados pela presidente, mas o costume é referendar o nome do Planalto sem muitos questionamentos.
Os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Nazareno Fonteles (PT-PI) cobraram que Fux se explique.
"Fux tem que se explicar à sociedade. Ele nos disse que mataria no peito [o mensalão]. Agora, isso não foi condição para qualquer um defender sua indicação", afirmou Vaccarezza.
Para Fonteles, a entrevista de Dirceu mostra que Fux fez "de tudo para ter poder pelo poder". Ele pediu impeachment do ministro.
"Não foi o ministro Dirceu quem procurou Fux e pediu para ser absolvido. Foi o ministro quem propôs", afirmou.
11 de abril de 2013
GABRIELA GUERREIRO, MÁRCIO FALCÃO E ERICH DECAT - Folha de São Paulo
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