"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 11 de abril de 2013

JUSTIÇA BLOQUEIA R$ 519,7 MILHÕES DA EMPRESA DE PAULO MALUF

Deputado responde a processo com pedido de bloqueio para ressarcimento aos cofres públicos Foto: Marcos Alves/ O Globo
Deputado responde a processo com pedido de bloqueio para ressarcimento aos cofres públicosMarcos Alves/ O Globo
 
SÃO PAULO - A juíza Celina Toyoshima, da 4ª Vara da Fazenda Pública, determinou o bloqueio dos bens da Eucatex S/A Indústria e Comércio até o limite de R$ 519,7 milhões. O valor corresponde ao que teria sido desviado pelo deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) no período em que ele era prefeito de São Paulo (1993-1996).


O processo com pedido de bloqueio para ressarcimento aos cofres públicos corre em segredo de Justiça. Na liminar, concedida na última quinta-feira, Toyoshima escreveu que poderá reconsiderar a decisão apenas caso a Eucatex comprove haver “risco iminente de quebra, por conta do bloqueio”, algo que poderia configurar o cerceamento das suas atividades empresariais.

A liminar atende ao pedido feito em 19 de março pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, que suspeita que a empresa estaria se desfazendo de bens para evitar que eles fossem usados para ressarcir o governo municipal dos prejuízos causados pelo ex-prefeito.

Na ação, o Ministério Público cita a transferência de R$ 320,5 milhões do patrimônio da Eucatex para uma nova companhia do grupo, a ECTX. A juíza Celina Toyoshima reconhece em sua decisão a “possibilidade de defraudação do patrimônio” .

Autor do pedido, o promotor de Justiça Silvio Marques foi localizado nesta quarta-feira, mas não quis dar entrevista, sob alegação de que o processo corre sob segredo de Justiça.

11 de abril de 2013
Thiago Herdy, O Globo

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