Alta no consumo de derivados obriga empresa a importar combustíveis
RIO E WASHINGTON - A propagada autossuficiência da Petrobras — e consequentemente do Brasil — deve ser alcançada apenas em 2020. Embora a estatal afirme que já no ano que vem a produção total de petróleo e derivados superará o consumo, a empresa continuará a importar combustíveis nos próximos anos, ficando, portanto, ainda dependente de produtos oriundos do mercado externo por algum tempo.
Na definição da Petrobras, a condição de autossuficiência significa que o país tem volume de petróleo produzido igual ou maior que o consumo de derivados. Sob esta ótica, a autossuficiência foi alcançada em 2006, mas perdida no ano passado diante do forte aumento do consumo de derivados nos últimos cinco anos, a um ritmo de 4,9% ao ano.
A própria Petrobras reconhece que o país nunca foi autossuficiente se for considerada apenas a produção de derivados — como óleo diesel, gasolina e querosene de aviação — em comparação ao consumo desses produtos.
Segundo a Petrobras, o país continuará importando derivados até que entrem em operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão 2013-17, como o Comperj, em Itaboraí no Rio e a Abreu e Lima, em Pernambuco.
O especialista Adriano Pires destacou que nos últimos anos a produção tem crescido a taxas inferiores ao crescimento da demanda de derivados.
— É importante chamar a atenção para o fato de que desde 2009/2010 a produção de petróleo vem crescendo menos do que o consumo de derivados, o que já anunciava o fim da autossuficiência — disse Pires.
Nos planos da estatal, a produção chegará ao patamar de 4,2 milhões de barris de petróleo por dia em 2020, quando a produção de petróleo passará então a superar a produção de derivados. Na previsão da estatal, em 2020, ela terá uma capacidade de refino de 3,6 milhões de barris/dia e um consumo da ordem de 3,4 milhões de barris diários.
A companhia destaca que, neste ano, sete novas plataformas entrarão em operação, o que permitirá o aumento da produção. Até 2020, a Petrobras planeja colocar em operação 38 novas plataformas.
Shell de olho em ativos da estatal
Em Washington para participar de reuniões e promover o road show da 12ª Rodada de Licitações, voltada para áreas do pré-sal, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a rodada ocorrerá em 28 e 29 de novembro e que as áreas serão conhecidas em junho.
O problema da distância das regiões produtoras em relação ao mercado consumidor, de acordo com Lobão, será resolvido com uma logística como a usada para o gás não convencional: não haveria gasodutos em todas as regiões.
— Priorizaríamos este gás para produção de energia elétrica, em térmicas próximas, onde haverá certamente linhas de transmissão de energia, já que o sistema todo é interligado — explicou.
De outro lado, o presidente da Shell Brasil, André Araújo, afirmou que a companhia tem interesse nos ativos da Petrobras no Golfo do México. Segundo ele, a área é estratégica para a companhia.
— O Golfo do México é uma das áreas mais estratégicas em águas profundas para a Shell. Por isso, temos interesse em negociar na área não só com a Petrobras mas com outros parceiros.
Peter Voser, presidente mundial da Royal Dutch Shell, lembrou ainda que a companhia tem interesse em outros ativos da estatal.
— A Petrobras está em remanejamento de carteira. A Shell vai ver quais ativos tem interesse. Mas isso vale para qualquer outra empresa ( e não só em relação à Petrobras) — disse Voser.
A companhia é sócia da Petrobras no Parque das Conchas, no Espírito Santo. Esse é um dos ativos, segundo fontes, que a Petrobras, com 35% de participação, quer vender.
19 de abril de 2013
Na definição da Petrobras, a condição de autossuficiência significa que o país tem volume de petróleo produzido igual ou maior que o consumo de derivados. Sob esta ótica, a autossuficiência foi alcançada em 2006, mas perdida no ano passado diante do forte aumento do consumo de derivados nos últimos cinco anos, a um ritmo de 4,9% ao ano.
A própria Petrobras reconhece que o país nunca foi autossuficiente se for considerada apenas a produção de derivados — como óleo diesel, gasolina e querosene de aviação — em comparação ao consumo desses produtos.
Segundo a Petrobras, o país continuará importando derivados até que entrem em operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão 2013-17, como o Comperj, em Itaboraí no Rio e a Abreu e Lima, em Pernambuco.
O especialista Adriano Pires destacou que nos últimos anos a produção tem crescido a taxas inferiores ao crescimento da demanda de derivados.
— É importante chamar a atenção para o fato de que desde 2009/2010 a produção de petróleo vem crescendo menos do que o consumo de derivados, o que já anunciava o fim da autossuficiência — disse Pires.
Nos planos da estatal, a produção chegará ao patamar de 4,2 milhões de barris de petróleo por dia em 2020, quando a produção de petróleo passará então a superar a produção de derivados. Na previsão da estatal, em 2020, ela terá uma capacidade de refino de 3,6 milhões de barris/dia e um consumo da ordem de 3,4 milhões de barris diários.
A companhia destaca que, neste ano, sete novas plataformas entrarão em operação, o que permitirá o aumento da produção. Até 2020, a Petrobras planeja colocar em operação 38 novas plataformas.
Shell de olho em ativos da estatal
Em Washington para participar de reuniões e promover o road show da 12ª Rodada de Licitações, voltada para áreas do pré-sal, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a rodada ocorrerá em 28 e 29 de novembro e que as áreas serão conhecidas em junho.
O problema da distância das regiões produtoras em relação ao mercado consumidor, de acordo com Lobão, será resolvido com uma logística como a usada para o gás não convencional: não haveria gasodutos em todas as regiões.
— Priorizaríamos este gás para produção de energia elétrica, em térmicas próximas, onde haverá certamente linhas de transmissão de energia, já que o sistema todo é interligado — explicou.
De outro lado, o presidente da Shell Brasil, André Araújo, afirmou que a companhia tem interesse nos ativos da Petrobras no Golfo do México. Segundo ele, a área é estratégica para a companhia.
— O Golfo do México é uma das áreas mais estratégicas em águas profundas para a Shell. Por isso, temos interesse em negociar na área não só com a Petrobras mas com outros parceiros.
Peter Voser, presidente mundial da Royal Dutch Shell, lembrou ainda que a companhia tem interesse em outros ativos da estatal.
— A Petrobras está em remanejamento de carteira. A Shell vai ver quais ativos tem interesse. Mas isso vale para qualquer outra empresa ( e não só em relação à Petrobras) — disse Voser.
A companhia é sócia da Petrobras no Parque das Conchas, no Espírito Santo. Esse é um dos ativos, segundo fontes, que a Petrobras, com 35% de participação, quer vender.
19 de abril de 2013
RAMONA ORDOÑEZ, Bruno Rosa e Flávia Barbosa - O Globo
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