Parlamentares abusam da desfaçatez e destacam importância do Legislativo para a democracia
Esse cenário que mescla desfaçatez com mentiras é ocupado cada vez mais por políticos que não se incomodam em faltar com a verdade, traindo os votos que conseguiram nas urnas.
Como afirmamos sem medo de errar, política é um negócio rico e promissor, privilégio de poucos e usurpador da cidadania.
No afã de mostrar que o Congresso Nacional defende os interesses dos cidadãos, os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, respectivamente, participaram de sessão solene que ressaltou a importância dos 190 anos de atuação do Parlamento na defesa da democracia do País.
O evento comemorou a instalação da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil, ocorrida em 3 de maio de 1823.
Durante o evento, o deputado Henrique Alves (PMDB-RN) não se avexou e disse que “basta uma passagem pelos corredores da Câmara e do Senado para sentir-se que o Congresso Nacional tornou-se, realmente, a Casa do povo”. Considerando que ainda vivemos em uma democracia, mesmo que ameaçada, Alves pode falar o que bem quiser, desde que não violente a realidade dos fatos.
Afirmar que o Congresso é a “Casa do povo” não passa de demagogia barata de quem faz da política um escambo imundo e por causa disso precisa enganar a opinião pública.
O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), dono de um seleto e caro plantel de vacas sagradas, exaltou o papel do Congresso na conquista do Estado Democrático de Direito. “Nada mais simbólico para democracia do que um Parlamento com liberdade, onde todos os partidos têm voz ativa”, declarou Calheiros.
Se mentir fosse crime, o melhor seria cercar o Congresso Nacional com grades, como forma de evitar despesas com o transporte dos presos. Ouvir de Renan Calheiros que o Parlamento brasileiro goza de liberdade e que todos os partidos políticos têm voz ativa é um atentado contra o bom senso.
O Congresso é um clube privado de negócios escusos, onde a obediência burra e criminosa dos parlamentares é comprada a peso de ouro pelo Palácio do Planalto. Tanto é assim, que o Mensalão do PT alcançou o rótulo de maior escândalo de corrupção da história verde-loura.
O mais triste nessa história macabra é que a ópera bufa há de continuar, pois o brasileiro teima em continuar protestando no sofá da sala. Quando a ditadura bradar “eu voltei” será tarde demais.
08 de maio de 2013
ucho.info
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