Os mais de dez anos de governo do PT nos deixam um triste legado de trapaças, mentiras, roubos, parlamentares vendidos, vagabundagem, desperdícios do dinheiro público, tudo isso associado a uma inacreditável incompetência administrativa.
Lula, ao expirar seu segundo mandato, não podendo mais se reeleger, mas querendo continuar com as rédeas do governo, inventou uma candidata que ele mesmo qualificou como um poste. Para impingir ao povo brasileiro alguém sem nenhuma experiência política e quase desconhecida, tratou de exibi-la como uma gerente de excepcional qualidade, além de não ter poupado esforços, nem dinheiro do contribuinte para, atropelando inclusive a lei eleitoral, apresentá-la aos quatro cantos do Brasil.
A candidata poste ganhou a eleição em segundo turno e iniciou seu mandato. Em pouco tempo, pôde-se perceber que os brasileiros foram vítimas de propaganda enganosa. A gerente de excelsas virtudes, através de atos funestos e omissões injustificáveis, mostrou-se, desde logo, uma grande incompetente.
Impossível seria enumerar todos os desmandos praticados pelo atual governo. Este texto ficaria extremamente longo. Passarei, então, a relembrar alguns poucos fatos, já suficientes para mostrar, com largueza, a inépcia de nossa presidente.
Dilma foi incompetente logo ao montar seu governo. Com mais de trinta ministros era óbvio que seria impossível governar. Mas preferiu ferir a lógica administrativa para acomodar parceiros da chamada base de apoio. Muitos, a maioria talvez, longe de querer cooperar com a administração do estado, pretendiam, apenas, se locupletar com as benesses do poder. Qualquer um com uma mínima noção dos meandros da política sabia disso. A presidente também, com toda a certeza.
Dilma foi incompetente na escolha de seus ministros. A defenestração de um grande número deles, logo no primeiro ano de governo, por suspeita de corrupção, não tem paralelo na história republicana. É bem verdade que a presidente ainda tentou capitalizar para si o fato. Passou a pousar como faxineira de malfeitos, chegando a ganhar alguns pontos de popularidade com isso.
Mas bastou uma das denúncias chegar a um de seus amigos próximos – Fernando Pimentel – para a faxineira esquecer a vassoura. Mais tarde, com o foco em sua reeleição, olvidou-se dos malfeitos e trouxe de volta para o ministério políticos ligados aos que tinha afastado.
Dilma é incompetente na gestão do PAC (programa de aceleração do crescimento). O programa não consegue decolar. Verbas já alocadas não são gastas. Algumas obras que conseguem chegar ao fim foram concluídas com qualidade baixa. E logo ela rateia nessa área. Foi apresentada por Lula como mãe do PAC.
Dilma é incompetente na condução – calamitosa por sinal – da política econômica. Às vezes declara que o combate à inflação não pode comprometer o crescimento, para, pouco tempo depois, afirmar que esse combate é prioridade em seu governo. O que conseguiu foi um crescimento medíocre com inflação alta. No desespero, tentou conter a escalada dos preços pelo pior caminho, controlando preços.
Assim fez com combustíveis, cesta básica, automóveis e tantos outros produtos e serviços. Jamais pensou em conter gastos públicos. Para piorar a situação tem um ministro da fazenda que não inspira confiança e cujas declarações caíram no descrédito geral e são motivo de chacota, no Brasil e no exterior.
Dilma é incompetente ao manter uma política externa dúbia – herdada de seu antecessor – que renega uma larga tradição de bons serviços prestados, pelo Itamaraty, ao nosso país. Oscilando entre normas emanadas, ora do chanceler de direito, ora de um outro de fato, o governo prefere privilegiar a ideologia, em detrimento dos reais interesses do estado brasileiro.
Dilma é incompetente ao demonstrar total insegurança ante qualquer problema mais sério, correndo para pedir conselhos a Lula – logo a quem – e a seu marqueteiro particular – João Santana.
Dilma está sendo incompetente em sua reação às recentes manifestações de rua. Sem consultar a quem é do ramo, apressou-se em propor uma constituinte exclusiva, para tratar da reforma política. Ideia prontamente rechaçada pela OAB, juristas eminentes e pela própria classe política, o que a obrigou a rever sua proposição. Sugeriu, ainda, um acordo sobre responsabilidade fiscal, o que seria primordial.
Mas em nenhum momento acenou com a possibilidade de reduzir a imensa e desnecessária estrutura de governo, com um corte substancial no número de ministros, por exemplo, como, também, em muitos dos cargos comissionados. No mais, o pacto proposto prevê alocação de recursos adicionais para a educação, saúde e mobilidade urbana, áreas mais do que prioritárias.
Somente não se entende o porquê da iniciativa não ter sido anunciada antes, considerando a relevância que representam para a população e o tempo em que já está no governo.
Tristes tempos em que vive este país. Tão grandioso e tão sofrido; tão espoliado por seus governantes.
30 de junho de 2013
Gilberto Barbosa de Figueiredo é General de Exército Reformado e ex-presidente do Clube Militar.
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