Ao despertar e ir para as ruas, a sociedade, representada aqui, à guisa de metáfora, pela plateia repentinamente exigente de um circo, agitou a classe política e particularmente o Congresso, atuando no picadeiro, segundo a mesma imagem.
Este último, num surto de atividade há muito desconhecido, passou a apresentar números que, na presente visualização, corresponderiam a votações apressadas de matérias que eram mantidas convenientemente esquecidas, confirmando, lamentavelmente, o velho e sábio Ulisses Guimarães quando dizia que a única coisa que político (os do picadeiro) teme á o povo nas ruas (a manifestação perturbadora da plateia).
O representante máximo do Executivo, ao perceber, no entanto, um comportamento diferente no público, adotou uma tática meio suspeita e, do seu ninho no planalto, voou à planície para conversar com uma ave de rapina meio cansada, atualmente cacarejando pouco e baixinho, mas ainda muito influente.
Após a consulta, dirigiu-se ao picadeiro e tirou da cartola dois coelhos. O primeiro, denominado de Constituinte para implantar a reforma política, com tamanho avantajado em relação à cartola, foi descartado, mal conseguindo sair de lá. O segundo, de porte adequado, que atende pelo nome de Plebiscito, visando ao mesmo propósito do primeiro, deve certamente sair, pois os que atuam no picadeiro (o Congresso) foram devidamente convencidos a cooperar.
A plateia, entretanto, ocupada com reivindicações destinadas a melhorar seu bem-estar na arquibancada e exigir uma postura mais ética dos que fazem o espetáculo, ficou sem entender a razão de tal número e está desconfiada que pode cair num golpe de diversionismo, com consequências imprevisíveis .
Assim, é de todo conveniente que comece a prestar atenção ao que se passa no picadeiro porque, se ficar frustrada, não terá seu dinheiro de volta.
30 de junho de 2013
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