"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 7 de junho de 2013

"FIM DE FESTA DOS EMERGENTES"

 
 
A eliminação do IOF sobre investimentos estrangeiros em aplicações de renda fixa assinala o fim da festa dos emergentes..
 
Em 2010, o Ministério da Fazenda se viu impelido a aumentar o imposto sobre aplicações de 2% para 4% e, posteriormente, para 6%, tentando conter o famigerado tsunami cambial e consequente supervalorização do real.
 
Agora, sinal dos tempos, o problema é a acelerada desvalorização do real e seu impacto sobre a inflação, que flerta perigosamente com o teto da meta.
 
Tudo indica que, desta vez, o boom dos emergentes está realmente acabando. Declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, duas semanas atrás, geraram especulação que a política de juro zero dos EUA pode estar perto de terminar. O mercado já antecipou a volta da atratividade dos mercados desenvolvidos e começou a debandar dos ativos de emergentes. Para completar, antevê-se um novo patamar, mais baixo, do crescimento da China.
 
O que resultaria no fim do superciclo das commodities, grandes responsáveis pela bonança em países como o Brasil.
 
O Institute for International Finance (IIF), espécie de Febraban mundial, alertou em seu último comunicado para "potenciais efeitos em cascata na medida em que os Estados Unidos se aproximam do fim de sua política monetária frouxa".
 
Entre os riscos, o IIF cita: "volatilidade nos fluxos de capital para economias emergentes na medida em que carry trades tornam-se menos atraentes".
 
Ou seja, não é uma boa hora para se ter um déficit em conta corrente acima dos 3% do PIB.

Alerta.

07 de junho de 2013
Patrícia Campos Mello, Folha Online

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