Em 2010, o Ministério da Fazenda se viu impelido a aumentar o imposto sobre aplicações de 2% para 4% e, posteriormente, para 6%, tentando conter o famigerado tsunami cambial e consequente supervalorização do real.
Agora, sinal dos tempos, o problema é a acelerada desvalorização do real e seu impacto sobre a inflação, que flerta perigosamente com o teto da meta.
Tudo indica que, desta vez, o boom dos emergentes está realmente acabando. Declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, duas semanas atrás, geraram especulação que a política de juro zero dos EUA pode estar perto de terminar. O mercado já antecipou a volta da atratividade dos mercados desenvolvidos e começou a debandar dos ativos de emergentes. Para completar, antevê-se um novo patamar, mais baixo, do crescimento da China.
O que resultaria no fim do superciclo das commodities, grandes responsáveis pela bonança em países como o Brasil.
O Institute for International Finance (IIF), espécie de Febraban mundial, alertou em seu último comunicado para "potenciais efeitos em cascata na medida em que os Estados Unidos se aproximam do fim de sua política monetária frouxa".
Entre os riscos, o IIF cita: "volatilidade nos fluxos de capital para economias emergentes na medida em que carry trades tornam-se menos atraentes".
Ou seja, não é uma boa hora para se ter um déficit em conta corrente acima dos 3% do PIB.
Alerta.
07 de junho de 2013
Patrícia Campos Mello, Folha Online
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