Fazenda diz que investidores confiam na economia brasileira. Márcio Holland diz que ‘não é pertinente’ questionar se imagem do país fica prejudicada após revisão de avaliação pela S&P
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou nesta quinta-feira que a economia brasileira tem indicadores positivos que são reconhecidos pelo mercado. A declaração foi uma resposta a relatório divulgado pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que revisou de estável para negativa a perspectiva da economia do país. Os motivos alegados pela S&P foram o baixo nível de crescimento dos últimos três anos e sinais ambíguos dados pelo governo, que teriam prejudicado a confiança dos investidores e reduzido o ritmo do investimento.
Holland discordou da avaliação e lembrou que a economia brasileira tem apresentado um desempenho superior à média mundial. Segundo ele, o crescimento médio do país foi de 3,7% desde a crise mundial, enquanto o restante do mundo cresceu a uma taxa média de 3,3%.
— Além disso, nos últimos 10 anos, o Brasil cresceu, em média, 3,6%, enquanto os investimentos tiveram alta de 5,7%. Não só a economia tem crescido acima da média, como isso tem ocorrido combinado com um crescimento ainda mais forte dos investimentos — afirmou o secretário.
Para ele, uma prova de que os investidores não perderam a confiança no país está nas últimas operações de empresas brasileiras no mercado. Holland lembrou que o BB Seguridade — braço de seguros do Banco do Brasil — conseguiu captar R$ 11,4 bilhões com sua oferta pública inicial de ações (IPO) este ano, sendo que a demanda foi três vezes maior que a oferta. Além disso, a Petrobras fez uma emissão no exterior de US$ 11 bilhões, no que foi a maior operação de dívida corporativa em mercados emergentes.
— E isso sem falar no programa de concessões que está sendo realizado pelo governo. As perspectivas em termos de confiança são grandes e vão aparecer —disse Holland.
O secretário também defendeu a política fiscal dizendo que ela não mudou e tem um
caráter anti-cíclico. Segundo ele, o superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) realizado pelo setor público tem sido suficiente para cumprir o objetivo de reduzir a relação dívida/PIB.
— Temos um primário superior à média mundial — disse ele.
Ao ser perguntado sobre se a posição da S&P poderia de alguma forma prejudicar a imagem do Brasil, Holland evitou o assunto:
— Essa pergunta não é pertinente.
07 de junho de 2013
Martha Beck - O Globo
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