"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 14 de julho de 2013

APESAR DE TUDO, FRONTEIRA ISRAEL / SÍRIA VIVE EM PAZ


A fronteira de Israel com a Síria nas colinas de Golan, apesar de tudo tem estado tranquila...
 
 
            Atualmente, transcorridos dois anos de uma feroz guerra civil e de uns cem mil mortos como consequência, não se vislumbra uma saída para a Síria; o futuro do país é uma incógnita.
 
            Se, por um lado, fica cada vez mais inaceitável a continuidade de Bashar al-Assad no poder, depois de tantos anos de férrea ditadura, na qual os sírios estavam submetidos ao arbítrio do autócrata, por outro lado, os rebeldes estão divididos em camarilhas cuja gama vai de democratas a até jihadistas.
 
            Assim, aqueles que com alegações forjadas acusam Israel de ingerência na crise síria, omitem que, apesar da situação de beligerância entre o país árabe e o judeu, durante 40 anos a fronteira entre eles esteve tranquila. Não obstante, deve-se ter em conta o fato de que a Síria é aliada do Irã e de forma consistente permite a passagem de apetrechos bélicos para o Hezbollah.
 
Deve-se ter na memória que, quando a Síria dominava o Líbano, foi quando surgiu o fortalecimento da atividade terrorista contra Israel e em todo o Oriente médio. Hoje em dia, Irã e Hezbollah se encontram na Síria, apoiando a luta contra os rebeldes e ao mesmo tempo, apontando seus mísseis para o pequeno território israelense, com uma inegável e importante mãozinha da Rússia de Putin.
 
            Tampouco, para Israel, seria uma situação segura o triunfo do extremismo islâmico fundamentalista em sua fronteira norte, independentemente da origem religiosa, tanto fazendo que seja xiita por parte de Irã ou sunita por parte da Al Qaeda ou da Irmandade Muçulmana.
 
            O conflito sírio necessita a arbitragem dos organismos internacionais, os quais até agora se mantêm passivos. De algum modo, o ordenamento mundial deve mediar para por fim à contenda fratricida e buscar um acordo que guie o país a uma solução justa, harmoniosa, e duradoura, considerando que uma sociedade plural como a síria só pode se tornar viável mediante um sistema de respeito aos direitos de todos e ao mesmo tempo de todas as facções que a compõem.
 
14 de julho de 2013

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