"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 14 de julho de 2013

O PPS É UM PARTIDO TÃO VERSÁTIL QUE COMEÇOU COMUNISTA, VIROU 'CIRISTA' E AGORA SERÁ SERRISTA. QUEM RESPEITA MENOS O ELEITOR? SERRA OU FREIRE?


A história do PPS do Coronel Roberto Freire, seu único e vitalício presidente, é um modelo de fisiologismo. Freire está sempre procurando uma boquinha para fazer o partido sobreviver e não tem a mínima vergonha na cara de se associar a qualquer um, para manter o fundo partidário e o tempo de TV. Hoje o PPS tem 11 deputados federais, de apenas 9 estados da federação. Senador? O PPS não tem nenhum. É um partideco em oferta no mercado. Já foi aliado do PDT do Paulinho da Força Sindical, do PT do Lula e do PTB do Roberto Jefferson. Além, é claro, do PSDB de José Serra. Quanta elasticidade ideológica ao longo da história!
 
A origem do atual partido é o stalinista Partido Comunista Brasileiro, que queria pegar em armas para dar um banho de sangue no Brasil e torná-lo um satélite da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Em todas as tentativas para acabar a democracia do Brasil, nos últimos cem anos, o PCB esteve presente.
 
Em 1992, o PCB virou PPS, Partido Popular Socialista. O nome PPS foi escolhido com 58% dos votos dos delegados, seguido de perto, notem bem, por PDE, Partido Democrático de Esquerda, com 38% dos sufrágios, como se houvesse combinação possível entre esquerda e democracia.
 
Em 1994, o PPS mostrou a sua verdadeira cara e apoia Lula para a presidência. Em 1996, declarou oposição ao governo FHC.
 
Em 1998, depois de tirá-lo do PSDB por desavenças com José Serra, lançou Ciro Gomes à presidência da República. Roberto Freire é o vice.  O cearense fez pouco mais de 10% dos votos.
 
Em 2002, novamente o PPS lançou Ciro Gomes. O vice, quanta versatilidade, foi Paulinho da Força Sindical.  Daquela vez ele subiu um pouco, chegando a quase 12% dos votos. Mas a sua campanha foi de destruição do candidato tucano José Serra.
 
Depois de dois fracassos, o PPS não apoiou nenhuma candidatura presidencial em 2006, deixando o fisiologismo correr solto nos estados.
 
Finalmente, em 2010, passado o período sabático de adesismo, o ex-PCB, o ex-partido do Ciro Gomes, apoiou a campanha de José Serra (PSDB) à presidência da República.
 
Aliás, o que mais chama atenção era o que Ciro Gomes falava de Serra, enquanto no PPS. Assistam ao vídeo abaixo, aplaudido à época em que o cearense era candidato (2002), por Roberto Freire:
 
 
Hoje o Painel da Folha publica, novamente sem desmentido de José Serra:
 
Às claras Roberto Freire (PPS) já fala abertamente sobre a possível filiação de José Serra a seu partido para disputar a eleição presidencial. Na semana passada, disse em Brasília ao deputado Guilherme Campos (PSD) que o ex-governador paulista "deve" se candidatar.

Velado Serra ainda não falou sobre o assunto com Geraldo Alckmin (PSDB), mas o governador confidenciou a um aliado que tem poucas dúvidas de que o plano do colega se concretize.
 
É isso. O PPS agora pode mudar de nome e virar o Partido Para Serra. Combina com a sua história. Lamentável por José Serra, que merecia um final melhor de carreira.
 
14 de julho de 2013
in coroneLeaks

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