"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 4 de julho de 2013

DILMA DÁ UM PITI E OBRIGA TEMER A SE RETRATAR...

O governo está mais perdido do que cachorro caído de mudança em meio a um protesto contra… tudo isso que está aí!




Se eu não soubesse que a Irmandade Petista aguarda só o melhor momento para, se possível, golpear a democracia — ainda que recorrendo a instrumentos que o próprio regime democrático fornece —, seria o caso de sentir pena da presidente Dilma Rousseff e da turma. Estão num mato sem cachorro.
 
Como vocês viram, depois de se encontrar com José Eduardo Cardozo, ministro, vá lá, da Justiça, e Aloizio Mercadante, ora alçado à condição de primeiro ministro, sem hífen, ao menos no coração de Dilma, Michel Temer sepultou a possibilidade de o plebiscito valer já para a eleição de 2014.
E ele deixou claro: se houver plebiscito! Segundo considerou, não sem razão, o Congresso pode fazer a reforma. Não será por falta de proposta.
 
Muito bem: quatro horas depois, Temer emitiu uma nota, com a chancela da Vice-Presidência da República, negando que o governo tenha desistido do seu intento. Está escrito lá: “O governo mantém a posição de que o ideal é a realização do plebiscito em data que altere o sistema político-eleitoral já nas eleições de 2014″.
 
Quatro horas antes, afirmou aos jornalistas: “Não há mais condições — e vocês sabem disso — de fazer qualquer consulta antes de outubro. E, não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer reforma que venha só se aplicará para as próximas eleições, e não para essa”.
 
Entre uma declaração e outra, houve um piti da presidente. Achou que foi desautorizada. Pois é… Um tema dessa importância, vejam vocês, está submetido a essa lambança.
O governo está mais perdido do que cachorro caído de mudança no meio de um protesto contra… tudo isso que está aí!
 
04 de julho de 2013
Reinaldo Azevedo

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