"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 4 de julho de 2013

O EIKE PIROTÉCNICO É COISA DE REVISTA DE CELEBRIDADES

Não me interessa! Quero saber quanto dinheiro oficial o lulo-petismo pôs nos seus negócios. E uma pergunta de Diogo Mainardi em março de 2011


O governo agora diz, segundo informa a VEJA.com, que não vai mais injetar dinheiro nos negócios de Eike Batista. Entendo. Tenho algumas considerações a fazer.
 
Aqui e ali noto certo risinho de satisfação com a derrocada do empresário. Não é o meu caso. Quando cai um grande, sempre acho que a grandeza é que pode estar ameaçada e que o mundo pode vir a ser governado apenas por minoridades organizadas em bandos. Seria o fascismo.
É um raciocínio, quem sabe?, um pouco apocalíptico, mas o fato é que acho o ressentimento o pior de todos os sentimentos.
Ele é mesquinho sempre e não se conforma com o fato de que outros não sejam. Assim, há um mau jeito de olhar a queda do mitológico — em boa parte, “automitologia” — Eike Batista. E há o modo realista.
 
Eu, cá comigo, nunca vibrei com a figura e sempre achei, com base apenas na lógica, que havia nesse pastel mais vento do que carne, mais promessas do que azeitonas. Ficava muito impressionado com as formidáveis apostas que faziam nas suas, digamos, projeções.
Embora sempre tenha tomado cuidado para não deixar a minha falta de Ferrari contaminar meu juízo, aquele negócio de carrão de bilionário exposto na sala de estar, as pirotecnias exibicionistas…
Mas querem saber? Nada disso me diz respeito. Se “usmercadozzzzz” gostam, para mim, tudo bem. Não tenho grana pra me meter nessas coisas. O meu ponto é outro.
 
O que interessa hoje ao Brasil é outra coisa. E acho que as oposições deveriam se ocupar do assunto, se é que se sentem à vontade para tanto; se é que também não estão presas, vamos dizer, por laços sentimentais com Eike Batista. O que interessa é isto: QUANTO DINHEIRO, ATÉ AGORA, O ESTADO BRASILEIRO METEU NOS NEGÓCIOS DO EMPRESÁRIO? De quanto foi a ajuda?
 
Que ele seja um elemento, como se diz hoje em dia nas reportagens de cultura, icônico da era lulo-petista, não tenho a menor dúvida. De certa maneira, ele é uma metáfora — ou uma metonímia — desse tempo.
Ou também o castelo lulo-petista não está a mostrar os seus pés de barro? Ou também na política a propaganda não está se chocando com a realidade? Não me divirto, reitero, com o fato de o império de Eike Batista estar derretendo.
Por mim, o Brasil teria uns 50 Eikes, mas os de verdade!!! Eles constituem a força da economia americana, por exemplo. Mas, lá nos EUA, dispensam a ajuda do estado e não se confundem com o próprio governo.
 
Diogo Mainardi

O Brasil precisa saber quanto o governo investiu nas empresas de Eike Batista e quais são as chances de retorno. Abaixo, segue um vídeo com parte da entrevista que Eike concedeu ao programa Manhattan Connection. Diogo Mainardi lhe dirige, então, uma pergunta. À época, alguns bananas demonizaram Diogo por sua suposta agressividade, porque não entenderia nada do mundo dos negócios etc. Vale a pena rever. Volto depois.
 

 
Encerro

A entrevista é de março de 2011. A canalha petralha caiu de porrete em Diogo. Não suportava o fato de que estivesse fazendo, afinal de contas, jornalismo. Há pelo menos 11 anos o puxa-saquismo e a sabujice viraram uma forma superior de pensamento.
 
04 de julho de 2013
Reinaldo Azevedo

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