Em 1961 no Egito, conheci Saddam Hussein, um jovem socialista "de previsível e provável sucesso". 47 anos depois, já ditador cruel e sanguinário, era enforcado pelos americanos, cuja invasão completa 10 anos. Os socialistas não resistem ao Poder, destroçados por ele?
Em 1961, portanto há 52 anos (eu estava completando 40) fiz minha primeira viagem ao Egito, Líbano e Síria. Paulo Sampaio, notável figura, presidente da Panair, a mais romântica e brasileira empresa de aviação), convidou 15 jornalistas para uma viagem a esses três países. Ficamos 12 dias, a Condessa Pereira Carneiro, Maneco Muller. Moacir Werneck de Castro, João Calmon, Gilberto Chateaubriand, João Dantas e mais e mais.
Nosso hotel no Cairo era à beira do Nilo, um prazer acordar e olhar aquele rio histórico. Fizemos o roteiro obrigatório, visitar as pirâmides, andar de elefantes pelo deserto à meia-noite, mas o que interessa nessa lembrança: ser recebido pelo Presidente Nasser, que já era chamado de "terceira força" pelo mundo. Infelizmente morreria nove anos depois. Desaparecia a esperança (ou outra ilusão?) do nascente "nasserismo".
Nos recebeu duas vezes, demoradamente. Nas duas, sentado, conversando animadamente. Em pé, ao lado dele, um jovem (tinha 23 anos) elegante, bem apessoado, às vezes de inclinava, dizia alguma coisa ao presidente. Perguntei quem era a um assessor. Resposta: "É um jovem socialista, considerado de extraordinário futuro. Seu nome é Saddam Hussein".
Agora que se completam 10 anos da invasão do Iraque pelos EUA, não posso esquecer como acabou o "jovem socialista" de 1961, já um ditador cruel. Seu previsto ou previsível futuro acabou com a condenação à morte, sem herdeiros ou alguém que chorasse por ele.
Uma pergunta que não posso deixar de fazer, até a mim mesmo: nenhum socialista resiste ao Poder, é destruído e destroçado por esse Poder? Exceção para Mitterrand. Governou a França por 7 anos, de 1981 a 1988, novos 7, de 1988 a 1985. Quando se preparava para outros 7, teve que desistir. o adversário era invencível politicamente, e fisicamente desapareceria com ele. Um ano depois, logicamente já fora do poder.
DONA DILMA NÃO LEVOU LULA AO VATICANO
No velório de Chávez, o ex-quase entrou no seu antigo avião, sem pedir autorização. Ela ficou constrangida, mas levou-o. Lá, Lula foi a grande atração. Chavistas e oposicionistas só queriam falar com ele, Dona Dilma ficou praticamente abandonada. Ela viu, anotou, não esqueceu.
Para a entronização do Papa, ele queria repetir a viagem. Dona Dilma não negou, mas do alto dos 79 por cento de aprovação na pesquisa, candidatíssima, apenas observou: "Só vão presidentes e primeiros-ministros, você vai ficar quase escondido". Ele não gostou, compreendeu, aceitou. Pesquisa é pesquisa, Lula sabe como é.
O PAPA "HERMANO"
Recebeu Dona Kirchner duas vezes. Uma, em público, durante 20 minutos, incluindo um beijo na presidente. O que levou a que ela dissesse (de brincadeira?) "é a primeira vez que sou beijada por um Papa". Depois, almoçaram juntos, durante 4 horas.
Com o Brasil foi diferente. A própria Dilma alardeou que seria recebida por Francisco, e diria a ele, textual: "Não basta falar em pobre, é preciso acabar com a pobreza". Nao teve tempo nem de sentar, quanto mais de falar.
O Papa Francisco recebeu Dona Dilma em pé, ela foi apresentando alguns membros de sua comitiva, não dava para muito, foram 54 os seus acompanhantes. Ele confirmou que virá ao Brasil no Congresso da Juventude. Só faltava desmarcar, será a sua primeira viagem ao exterior. Já estava estabelecida. E se não estivesse? De qualquer maneira, desconsideração à presidente e ao Brasil.
JOAQUIM BARBOSA CONTESTADO
O ditado popular se repete na alta cúpula da Justiça: "Quem fala o que quer, ouve o que não quer". Depois do mensalão, o presidente do Supremo vem se equivocando publicamente. Mandou um jornalista respeitado de Brasília "chafurdar no lixo". E acrescentou: "É o que você sempre faz, palhaço".
Agora criticou a ligação de juízes com advogados, cometendo o grave erro de quem se manifesta: a generalização. Foi criticadíssimo por associações de magistrados, que apelaram até para a vida particular do Ministro.
Não quero usar desse recurso, ninguém jamais escreverá sobre Joaquim Barbosa quanto esse repórter em 1º de dezembro de 2008. Acusações com provas e enorme repercussão. Agora, Barbosa indefensável: se reúne com Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves. Isso pode?
21 de março de 2013
Em 1961, portanto há 52 anos (eu estava completando 40) fiz minha primeira viagem ao Egito, Líbano e Síria. Paulo Sampaio, notável figura, presidente da Panair, a mais romântica e brasileira empresa de aviação), convidou 15 jornalistas para uma viagem a esses três países. Ficamos 12 dias, a Condessa Pereira Carneiro, Maneco Muller. Moacir Werneck de Castro, João Calmon, Gilberto Chateaubriand, João Dantas e mais e mais.
Nosso hotel no Cairo era à beira do Nilo, um prazer acordar e olhar aquele rio histórico. Fizemos o roteiro obrigatório, visitar as pirâmides, andar de elefantes pelo deserto à meia-noite, mas o que interessa nessa lembrança: ser recebido pelo Presidente Nasser, que já era chamado de "terceira força" pelo mundo. Infelizmente morreria nove anos depois. Desaparecia a esperança (ou outra ilusão?) do nascente "nasserismo".
Nos recebeu duas vezes, demoradamente. Nas duas, sentado, conversando animadamente. Em pé, ao lado dele, um jovem (tinha 23 anos) elegante, bem apessoado, às vezes de inclinava, dizia alguma coisa ao presidente. Perguntei quem era a um assessor. Resposta: "É um jovem socialista, considerado de extraordinário futuro. Seu nome é Saddam Hussein".
Agora que se completam 10 anos da invasão do Iraque pelos EUA, não posso esquecer como acabou o "jovem socialista" de 1961, já um ditador cruel. Seu previsto ou previsível futuro acabou com a condenação à morte, sem herdeiros ou alguém que chorasse por ele.
Uma pergunta que não posso deixar de fazer, até a mim mesmo: nenhum socialista resiste ao Poder, é destruído e destroçado por esse Poder? Exceção para Mitterrand. Governou a França por 7 anos, de 1981 a 1988, novos 7, de 1988 a 1985. Quando se preparava para outros 7, teve que desistir. o adversário era invencível politicamente, e fisicamente desapareceria com ele. Um ano depois, logicamente já fora do poder.
DONA DILMA NÃO LEVOU LULA AO VATICANO
No velório de Chávez, o ex-quase entrou no seu antigo avião, sem pedir autorização. Ela ficou constrangida, mas levou-o. Lá, Lula foi a grande atração. Chavistas e oposicionistas só queriam falar com ele, Dona Dilma ficou praticamente abandonada. Ela viu, anotou, não esqueceu.
Para a entronização do Papa, ele queria repetir a viagem. Dona Dilma não negou, mas do alto dos 79 por cento de aprovação na pesquisa, candidatíssima, apenas observou: "Só vão presidentes e primeiros-ministros, você vai ficar quase escondido". Ele não gostou, compreendeu, aceitou. Pesquisa é pesquisa, Lula sabe como é.
O PAPA "HERMANO"
Recebeu Dona Kirchner duas vezes. Uma, em público, durante 20 minutos, incluindo um beijo na presidente. O que levou a que ela dissesse (de brincadeira?) "é a primeira vez que sou beijada por um Papa". Depois, almoçaram juntos, durante 4 horas.
Com o Brasil foi diferente. A própria Dilma alardeou que seria recebida por Francisco, e diria a ele, textual: "Não basta falar em pobre, é preciso acabar com a pobreza". Nao teve tempo nem de sentar, quanto mais de falar.
O Papa Francisco recebeu Dona Dilma em pé, ela foi apresentando alguns membros de sua comitiva, não dava para muito, foram 54 os seus acompanhantes. Ele confirmou que virá ao Brasil no Congresso da Juventude. Só faltava desmarcar, será a sua primeira viagem ao exterior. Já estava estabelecida. E se não estivesse? De qualquer maneira, desconsideração à presidente e ao Brasil.
JOAQUIM BARBOSA CONTESTADO
O ditado popular se repete na alta cúpula da Justiça: "Quem fala o que quer, ouve o que não quer". Depois do mensalão, o presidente do Supremo vem se equivocando publicamente. Mandou um jornalista respeitado de Brasília "chafurdar no lixo". E acrescentou: "É o que você sempre faz, palhaço".
Agora criticou a ligação de juízes com advogados, cometendo o grave erro de quem se manifesta: a generalização. Foi criticadíssimo por associações de magistrados, que apelaram até para a vida particular do Ministro.
Não quero usar desse recurso, ninguém jamais escreverá sobre Joaquim Barbosa quanto esse repórter em 1º de dezembro de 2008. Acusações com provas e enorme repercussão. Agora, Barbosa indefensável: se reúne com Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves. Isso pode?
21 de março de 2013
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