É possível que Dilma Rousseff tenha visitado a África do Sul só para certificar-se de que o Brasil vai mesmo produzir uma Copa do Mundo mais desorganizada que a de 2010. É provável que as escalas em Moçambique e Angola, nações de língua portuguesa, tenham sido programadas para que o intérprete convalescesse da exaustão que ataca quem passa dois dias lidando simultaneamente com o inglês e o dilmês. Mas nunca se sabe o que pode dar na telha do mundo. Mulher prevenida, a presidente viajou escoltada por cinco ministros que considera craques em urgências internacionais.
Éssa tropa de elite do primeiro escalão juntou ntonio Patriota (Relações Exteriores), Marco Aurélio Garcia (Complicações Cucarachas), Edison Lobão (Minas e Energia), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial). A sorte é que o planeta não precisou recorrer à turma do safári financiado pelos pagadores de impostos. Um time desses é capaz de transformar em conflito armado até uma divergência fiscal entre dois cantões da Suiça. Como Kadhafi fez a gentileza de partir no dia da viagem de volta, a sucessora do amigo e irmão do ditador desembarcou em Brasília liberada para a liquidação de pendências domésticas. A lista começava pela crise decorrente da descoberta das bandalheiras no Ministério do Esporte.
Resolvida a descobrir ainda nesta quinta-feira a melhor maneira de livrar-se de Orlando Silva sem romper o contrato de aluguel com o PCdoB, Dilma convocou a equipe de especialistas em questões políticas internas. À noite, juntaram-se no Planalto os ministros Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência), Gleisi Hoffmann (chefe da Casa Civil), Ideli Salvatti, (Relações Institucionais) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Uma caixa-preta que não para de armazenar obscenidades desde o assassinato de Celso Daniel, uma governante aprendiz que não soube administrar sequer a indenização recebida da direção de Itaipu, um berreiro à procura de uma ideia e o amigo mais velho de Justin Bieber.
Governar é escolher, sabe-se desde que o primeiro chefe de tribo indicou quem poderia auxiliá-lo na missão de organizar minimamente o cotidiano nas cavernas. Releia os nomes dos escolhidos por Dilma, em parceria com Lula, para ajudá-la a optar pelo melhor caminho. Confira o currículo, a folha de serviços e o prontuário de cada um. E admita: se depender do Conselho de Sábios do Planalto, não há perigo de dar certo.
augusto nunes
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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