Leiam com atenção a notícia publicada na edição de hoje (28) da Folha. Voltamos nos comentários:
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (PT), afirmou ontem que a chamada nova classe média não pode ser deixada “à mercê” dos meios de comunicação no país.
Em discurso no Fórum Social Temático, ele disse que o governo deve “radicalizar” a democracia e investir em comunicação de massa, sem uso de autoritarismo.
“Toda essa gente que emerge ficará à mercê da ideologia disseminada pelos meios de comunicação?”, perguntou Carvalho a uma plateia formada por ativistas de esquerda.
“Aqui, com todo o cuidado, o Estado pode ter uma vertente autoritária. Como fomentar um processo de ampla comunicação de massa que possa ser o palco desse grande debate democrático?”, questionou.
No debate, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), acusou a mídia de fazer campanha contra políticos “em escala global”.
De acordo com o governador, o objetivo seria “a despolitização e a despartidarização na democracia”.
Gilberto Carvalho disse que o governo não pode ter “ciúme das clientelas” que não batem mais às suas portas, numa referência a quem deixou o programa Bolsa Família, e defendeu uma disputa ideológica com líderes evangélicos pelos setores emergentes.
Link da notícia.
Comentário:
Na visão dos sectários do PT, “radicalizar a democracia” significa, claro, maior controle do Estado nos meios de comunicação. É lógico que aqueles que compartilham dessa “visão de mundo” jamais colocariam as coisas nesses termos.
A fala de Carvalho é bastante reveladora sobre o seu conceito de “democracia”. Talvez ele acredite que a “nova classe ‘C’ ” mereça o tipo de jornalismo praticado pela TV Brasil, a estatal que anunciou a morte de pessoas no Pinheirinho, sem conferir a veracidade das informações repassadas pelas franjas do PT e PSTU que atuavam na área.
Caso vocês ainda não saibam, não houve mortes no processo de desocupação da área invadida. Se houve algum “massacre”, como a blogosfera progressista costuma alardear, foi o do jornalismo.
Pra encerrar, em outro ponto do discurso, Carvalho explicita a preocupação do governo em perder o controle sobre a parcela da população que deixa de receber os repasses do Bolsa Família. Ele acredita que o governo não pode ter “ciumes das clientelas que não batem mais às suas portas”. O significado de “clientela” é esse mesmo que vocês estão pensando.
Mas afinal, qual o temor de Carvalho? O vídeo abaixo talvez forneça alguma pista:
É um absurdo mesmo. Imaginem se uma coisa dessas cai nas mãos da classe média.
30 de janeiro de 2012
implicante
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
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