Como diz Helio Fernandes, que maravilha viver.
Recordar é viver. A perda dos cargos foi, até agora, a única punição sofrida pelos seis ministros demitidos por suspeita de corrupção no primeiro ano de governo da presidente Dilma Rousseff, que tem média de uma queda a cada dois meses na Esplanada dos Ministérios.
Antonio Palocci (PT/Casa Civil), Alfredo Nascimento (PR/Transportes), Wagner Rossi (PMDB/Agricultura), Pedro Novais (PMDB/Turismo), Orlando Silva (PCdoB/Esporte) e Carlos Lupi (PDT/Trabalho) voltaram a ter rotina normal enquanto aguardam a conclusão de inquéritos e outras investigações preliminares.
Nenhum dos ministros demitidos chegou a ser processado por corrupção ou improbidade administrativa. Dinheiro no bolso e impunidade garantida, dentro do padrão. Como diz Helio Fernandes, que maravilha viver.
Agora, quem está de saída é Mario Negromonte (PP/Cidades), que já teve dois “colaboradores” afastados pelo Planalto – o chefe de gabinete do ministério, Cássio Peixoto, e o chefe da assessoria parlamentar, João Ubaldo Dantas. Aliado político do ministro Mário Negromonte na Bahia, Dantas era o responsável pela interlocução da pasta com o Congresso.
Os jornais viviam anunciando a demissão do ministro, mas Negromonte só está saindo porque quer. Como todos sabem, a presidente Dilma já definiu sua estratégia para esse tipo de problema – por mais grave que seja a acusação, ela não faz nada e apenas espera que o ministro peça demissão. Se é que se pode chamar isso de estratégia.
Diante dessa realidade, os outros dois ministros já denunciados por graves irregularidades não estão nem aí.
Fernando Pimentel (PT/Desenvolvimento) é o mais tranquilo. Já recebeu uma espécie de “habeas corpus preventivo” da presidente Dilma, que disse não haver problemas para seu governo, pois as irregularidades foram cometidas antes de Pimentel assumir o Ministério.
Já Fernando Bezerra (PSB/Integração) tem o apoio incondicional de seu partido e também não se sente nem um pouco ameaçado. Coloca a família inteira numa boa e usa o ministério também para se beneficiar politicamente em Pernambuco, consciente de que nada lhe acontecerá, se a imprensa oarar de acusá-lo, como já aconteceu com Pimentel.
E la nave va. fellinianamente, rumo ao desconhecido.
Carlos Newton
02 de fevereiro de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
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