"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 5 de março de 2012

ALDO REBELO DEFENDE CRIVELLA E DIZ QUE INDICAÇÃO DE MINISTRO NÃO PRECISA SER TÉCNICA

Em sabatina promovida pela Folha de S. Paulo, em parceira com UOL, o ministro Aldo Rebelo (Esporte) defendeu a indicação de Marcelo Crivella (PRB) para a pasta da Pesca e disse que a indicação de um ministro não precisa ser técnica.

Como se sabe, antes de tomar posse no ministério na sexta-feira, Crivella deu entrevista afirmando que “não sabe sequer colocar uma minhoca no anzol”. E disse que tem muito a apreender sobre pesca.

Para defender o novo colega, o ministro Aldo Rebelo usou a seguinte justificativa: “Gosto de futebol. Mas se dependesse da minha experiência como técnico, eu seria no máximo porteiro do ministério”, disse, acrescentando: “O critério não é necessariamente colocar um técnico. Mas colocar nas funções públicas alguém com responsabilidade e empenho”. E completou: “O ministério não precisa ter um pescador experiente”.

Traduzindo tudo isso: Aldo Rebele entende tanto de esporte quanto Crivella entende de pescaria, o que mostra o amadorismo das indicações para o Ministério, o que não representa qualquer novidade no Brasil.

Basta lembrar que o coronel Jarbas Passarinho foi ministro da Justiça. Aliás, foi ele que assinou a portaria criando a reserva dos índios Ianomâmis, que está destinada a formar um país maior do que a Itália, para hospedar apenas cerca de 4 mil índios. E não é preciso dizer mais nada.

Aldo Rebelo pode não entender de esporte, mas pelo menos entende de política e deu uma dura resposta ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que sexta-feira criticou o atraso nos preparativos para o Mundial, dizendo que “não há muita coisa se mexendo” e que os organizadores tinham de levar “um chute no traseiro”.

Rebelo respondeu que o Brasil não mais aceita Valcke como interlocutor da Fifa. E Ricardo Teixeira colocou panos quentes, dizendo que a Fifa pode ficar tranquila com as obras da Copa. Ou seja, o jogo está empate. Vamos aguardar o segundo tempo.

04 de março de 2012
Carlos Newton

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