A semana que passou vai entrar para a história política deste país com o registro de escárnio, de menosprezo, desdém, desprezo que um senador da República patrocinou ao ser nomeado para ministro da Pesca e Aqüicultura.
Disse o pastor-senador:
- Eu nem sei colocar uma minhoca no anzol.
Pois é... todo mundo achou bonitinha a frase do novo ministro. Esperei até hoje para ver se a ficha caía e algum nobre blogueiro ou colunista de um dos grandes jornais, observasse o peso dessa frase bonitinha.
É fato que, colunistas como Reinaldo Azevedo de Veja, matou a charada da nomeação do pastor, que não por acaso é sobrinho do dono de uma grande rede de tv com sede em São Paulo.
Sob o título “O vale-tudo comandado por Lula para tomar São Paulo", ele afirma que a nomeação serve para garantir a bênção dos evangélicos da Igreja Universal à candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
Sim, é verdade. Este é o fato. Mas, o que ninguém disse é que essa frase: "Eu nem sei colocar uma minhoca no anzol", traduz o espectro da política nacional adotada e comandada pelo senhor Lula da Silva. Uma política chula, de bastidores. Não se faz acordos políticos para governar o país e sim para atender aos interesses partidários do partido do senhor Lula da Silva.
Isto, não é fazer política. Isto se chama esculhambação. A política praticada neste país hoje não tem referência nenhuma. Não se pensa num país. Pensa-se apenas em se manter no poder. Custe o que custar.
E o pastor Crivella traduziu isto ao declarar que nem minhoca no anzol sabe colocar. É claro que, ele também não sabe da importância para o Brasil do ministério que assume.
No seu discurso declarou:
- Deus não chama os mais qualificados, mas qualifica os escolhidos, disse o novo ministro da Pesca, na cerimônia de posse.
Será que o pastor acredita que Deus vai lhe ensinar a colocar minhoca no anzol?
Mas, o festival teve outro lance digno de registro. Em discurso na cerimônia, a presidenta Dilma Rousseff fez referência à declaração de Crivella:
- O senador Crivella tem toda razão, a gente aprende a colocar a minhoca no anzol, o que é difícil de aprender é de fato governar para todos os brasileiros. Esse País, afinal de contas, levou alguns séculos para respeitar todos os cidadãos brasileiros, nunca nós podemos esquecer que temos um legado de escravidão e exclusão no nosso País, disse a presidente.
Certamente, não é assim que se governa para todos os brasileiros. E é bom que alguém informe à presidenta que os brasileiros continuam sendo escravizados. Embora, o chicote seja outro.
É claro que não vai dar tempo ao pastor aprender a enfiar minhoca no anzol. Pois, logo após as eleições em São Paulo ele vai continuar pescando onde não se precisa de isca.
Só nos resta torcer para que o paulistano não entregue o último grande reduto da oposição neste país. Caso contrário, vamos todos para o beleléu.
Postado por Lúcio Neto
05 de março de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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