... E o melhor exemplo disso é o apoio do PSD a José Serra.
O apoio do PSD à candidatura de José Serra em São Paulo mostra o grau de surrealismo a que chegou a política brasileira, plenamente demonstrado pela criação desse novo/velho partido, mais uma legenda sem ideologia e sem linha programática, que se adapta a qualquer situação, desde que lhe seja vantajosa.
Como pode um partido político pertencer à base aliada do governo federal e, ao mesmo tempo, apoiar o principal candidato da oposição na disputa pela prefeitura da maior cidade do país? O mais interessante é que ninguém fala nada, é como se fosse a coisa mais natural do mundo.
O surrealismo é tamanho que recentemente o presidente do PSD, Gilberto Kassab, chegou a participar do lançamento da candidatura do petista Fernando Haddad, tinha antes se encontrado com Lula, estava tudo certo entre eles. De repente, debandou para o ninho tucano, com a maior naturalidade.
Algum analista desavisado, ao tomar conhecimento do apoio do PSD a Serra, poderia até concluir que o novo partido estaria abandonando a base aliada do governo federal. Mas não é nada disso. Tudo continuará como antes. O PSD continua com seus interesses preservados junto ao governo federal e também mantém a parte que lhe cabe no latifúndio da prefeitura paulista. Já até se noticia que a meta do PSD é arranjar um ministério, vejam só quanta desfaçatez.
Traduzindo tudo isso: a política brasileira está cada vez mais podre. E essa situação se transmite à sociedade, como um todo. Justamente por isso, as novas gerações não se interessam por política. Vivem sob a chamada Lei de Muricy, em que cada um apenas cuida de si.
A gente até poderia perguntar, mais uma vez: Que país é esse, Francelino Pereira? Mas ele não responderá. O veterano prócer piauiense-mineiro está muito aborrecido, porque perdeu a pensão de governador, da qual desfrutou durante 21 longos anos.
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PSB TAMBÉM APOIA SERRA
Para demonstrar a esculhambação que vive hoje a política brasileira, o jogo continua virando em São Paulo, onde oPSB estadual e municipal também declararam apoio a Serra, apesar do partido integrar a base do governo Dilma Rousseff.
No desespero, o presidente do PSB, Eduardo Campos, desembarcou ontem na capital paulista com a tarefa de levar seu partido a apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad.
O prefeito Gilberto Kassab e o governador Geraldo Alckmin intervieram diretamente para angariar o suporte do PSB local à candidatura tucana. Houve uma corrida contra o tempo para fechar com Serra antes da chegada de Campos a São Paulo.
O governador pernambucano, por intermédio da assessoria, garantiu que o partido vai acabar voltando a apoiar Haddad. Mas há controvérsias. O útimo recurso de Campos será usar a prerrogativa que a executiva tem para intervir no Diretório da capital de São Paulo.
E no embalo da candidatura, Serra subiu para 30 pontos na pesquisa Datafolha, enquanto em segundo fica Celso Russomanno (PRB), com 19%, e o petista Fernando Haddad obtém apenas 3%.
Carlos Newton
05 de março de 2012
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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