"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 14 de abril de 2012

DEMÓSTENES SOFRE A PRIMEIRA DERROTA NA JUSTIÇA


Gravações valem como provas contra ele.


É o assunto do momento. Com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, considerando provas legais as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, que gravou centenas de conversas entre o empresário-bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), a defesa do parlamentar na Justiça começa a desmoronar.
Os advogados de Demóstenes pretendiam desconsiderar as gravações como provas válidas contra o senador, que tem foro privilegiado no Supremo, mas a tese não foi aceita, porque as gravações das conversas de Cachoeira foram autorizadas judicialmente.
Demóstenes Torres é acusado de tráfico de influência para favorecer o empresário-bicheiro. A relação entre o parlamentar e Carlinhos Cachoeira começou a ser divulgada pela imprensa depois que a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), levou Cachoeira e mais 34 pessoas para a cadeia, no final de fevereiro.
O vazamento para a imprensa das conversas telefônicas colhidas pela PF mostrou que, além de conhecer a atuação de Cachoeira com o jogo ilegal, Demóstenes também participava do esquema do contraventor. O senador foi flagrado em conversas nas quais combina interferir em assuntos ligados ao lobby pela legalização do jogo no Brasil em troca de favores de Cachoeira.
O ministro Ricardo Lewandowski, que é relator do processo, também pediu informações sobre o caso aos juizes da 11ª Vara da Justiça Federal – Seção Judiciária do Estado de Goiás – e da Vara Única da Subseção Judiciária de Anápolis, que autorizaram as escutas telefônicas. O ministro determinou ainda que os autos do processo sejam encaminhados à Procuradoria-Geral da República.
Na semana passada, o STF autorizou a abertura de inquérito para investigar a participação de Demóstenes Torres no esquema de Carlinhos Cachoeira. Lewandowski então determinou a quebra do sigilo bancário do senador e pediu levantamento das emendas parlamentares apresentadas pelo político goiano, para constatar se há relação com os interesses do bicheiro.
Traduzindo tudo isso: as chances de Demóstenes escapar da cassação são cada vez menores.
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PS – Em boa hora, o comentarista Lafaiete Nogueira De Marco lembra-nos que o plenário do STF ainda não decidiu a respeito, e a bola ainda vai rolar.
14 de abril de 2012

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