Apenas ridículo – Logo após ter confirmada a vitória nas urnas, na eleição presidencial de 2010, a neopetista Dilma Vana Rousseff disse que critérios técnico e de competência norteariam a formação da equipe ministerial.
Entre a promessa e a realidade sempre há uma distorção, mas no caso de Dilma a dependência política acabou prevalecendo.
Exceto algumas raras exceções, os trinta e seis ministérios foram alvo de barganha política, repetindo prática adotada pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, que substituiu o criminoso esquema do mensalão pela pilhagem das pastas como forma de pagar o apoio dos partidos da chamada base aliada.
Desde que o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi ejetado do comando do Ministério do Trabalho, a pasta foi administrada interinamente pelo secretário-executivo Paulo Roberto Pinto.
Para que o ministério não estivesse acéfalo nas comemorações do Dia do Trabalho, na terça-feira (1), a presidente Dilma Rousseff, após reunião com Lupi, anunciou o deputado Brizola Neto como o novo ministro do Trabalho.
Em outras palavras, aquele discurso moralista em prol da técnica e da competência mais uma vez foi mandado às favas. E Dilma optou por um garoto inexperiente de apenas 33 anos, que atuará como mero fantoche palaciano. É verdade que competência não depende de idade, mas no caso do ministro esse quesito é mero detalhe.
A competência de Carlos Daudt Brizola é tamanha, que foi necessário apelar ao nome do avô, Leonel de Moura Brizola, para se eleger. A desfaçatez é tamanha, que o novo ministro não se incomodou em adotar para fins políticos o nome que por direito deveria ser explorado por seu irmão, o vereador Leonel Brizola Neto (PDT-RJ).
Vale lembrar que o novo ministro do Trabalho é um obediente cumpridor das ordens emanadas a partir do Palácio do Planalto. O que pode ter facilitado sua chegada ao posto.
Se Brizola Neto tem algum respeito ao avô, deveria ter recusado o convite, pois o ex-governador Leonel Brizola foi um crítico ácido de Lula e do Partido dos Trabalhadores, nos tempos em que a corrupção não campeava no território nacional. Imagine o que diria o velho Brizola se vivo ainda fosse.
E mais, a decisão só foi tomada nesta segunda-feira (30) por pressão do ex-presidente Lula, que manda cada vez mais no governo da sucessora.
30 de abril de 2012
ucho.info
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