"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 30 de abril de 2012

PROCURADOR GERAL SERÁ O PRIMEIRO A SE EXPLICAR NA CPI DO CACHOEIRA

 

Os senadores e deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito mista do caso Cachoeira não aceitam a desculpa de que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, estaria impedido de prestar depoimento. Ele vão insistir na convocação dele, antes de ouvirem políticos e empresários. Motivo: mesmo de posse das informações realmente conclusivas, o procurador-geral Roberto Gurgel demorou quatro anos para pedir a abertura do inquérito contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

O discurso oficial é de que é preciso obter informações sobre as operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, que culminaram na prisão de Cachoeira. Mas é claro que a base aliada pedirá explicações a Gurgel sobre essa demora de quatro anos até abrir o inquérito contra o parlamentar goiano.

Há praticamente consenso na CPI quanto ao procurador, porque tanto a base aliada quanto a oposição enxergam em Gurgel um elemento menos explosivo para ambas as partes. Mas há controvérsias, como dizia o humorista Francisco Milani, porque, ao sentar-se na cadeira de depoente, o procurador-geral da República será o centro do cabo de guerra político travado entre oposicionistas e governistas.

“O procurador apresenta muito mais risco para a base aliada, sobretudo porque Demóstenes, da oposição, já está sangrando. Quem garante que as declarações de Roberto Gurgel não vão obrigar a investigação a escolher o Palácio do Planalto como seu norte?”, avaliou um líder governista à repórter Junia Gama.

Tudo é possível, não há dúvida.

30 de abril de 2012
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário