Por Ricardo Brito, no Estadão
Apontado pela Polícia Federal como o arquivo vivo do esquema de pagamento de propina a políticos e servidores públicos comandado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Geovani Pereira da Silva está “pronto para cooperar” com a CPI instalada para investigar, no Congresso, o caso. O porta-voz do recado é seu advogado, Calisto Abdala Neto, que tenta garantir a liberdade do cliente. Para a Justiça, o homem apontado como tesoureiro de Cachoeira é considerado foragido há quase dois meses.
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“Ele (o Geovani) está pronto para cooperar com a Justiça e com a CPI”, afirmou Abdala Neto ao Estado. O advogado disse que, a princípio, o tesoureiro poderia se defender das acusações das quais é alvo no Congresso e “contribuir” com as investigações. “Ele tem de responder por aquilo que ele fez.”
Para mostrar a disposição do cliente em ajudar, o advogado disse que, se ele for convocado para depor na CPI, não deve entrar com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para depor como testemunha, e não como investigado. Na condição de testemunha, teria a obrigação de falar a verdade e não poderia permanecer em silêncio.
O tesoureiro tem muito a esclarecer. Um relatório do Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF revelou que Geovani fez saques de R$ 15,4 milhões nos últimos dois anos das contas de empresas apontadas pelos investigadores como sendo de fachada.
O contador fez mais de uma centena de retiradas das contas de cinco empresas, das quais tinha procuração para realizar tais movimentações.
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25 de abril de 2012
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