Blogueiro,
que já foi atacado pela revista e se vingou com dossiê Veja, faz interessante
conexão a partir dos grampos de Cachoeira; o bicheiro tinha interesse em
construir escolas de baixo custo seguindo um modelo chinês e alugá-las para o
governo; logo depois, Veja fez capa em que tratou do assunto
Em todos esses casos, a revista terá sempre o mesmo argumento para defender a parceria: os filmes, ainda que ilegais, teriam permitido desbaratar quadrilhas, filmar corruptos e economizar alguns milhões para a União, como diria o blogueiro Reinaldo Azevedo.
O ponto de partida foi uma reportagem do portal G1, das Organizações Globo, que revelou tentáculos do grupo de Cachoeira até na Secretaria de Educação de Goiás. O secretário do governo Marconi Perillo, Thiago Peixoto, teria repassado ao bicheiro um modelo de escolas chinesas que poderia ser implantado em Goiás. Seriam escolas de baixíssimo custo, mas também muito eficientes, que seriam construídas pela iniciativa privada e alugadas ao Estado – ressalte-se que Cachoeira, ao que tudo indica, era também sócio oculto da construtora Delta em Goiás.
Além deste fato, Nassif resgatou um grampo entre Cachoeira e o araponga Jairo Martins, que foi publicado pela própria revista Veja há duas semanas, para isentar seu diretor Policarpo Júnior, interlocutor frequente da dupla. É o grampo em que Cachoeira diz que “Policarpo nunca vai ser nosso” e que foi publicado, de forma incompleta, por Veja.
A conversa inteira é a que segue:
Uma reportagem feita por Gustavo Ioschpe, especialista da revista Veja em educação, que foi à China conhecer o modelo das escolas. Num dos trechos, ele destacou o modelo de construção.
Será que este modelo seria replicado em Goiás? Construído por Cachoeira, implantado por Perillo e exaltado por Veja?
08 de abril de 2012
247 – Não são poucas nem raras as
conexões entre a revista Veja e o bicheiro Carlos Cachoeira. O contraventor
produziu o vídeo sobre Maurício Marinho, que deu origem à CPI dos Correios, em
2005, foi auxiliado pela revista quando era alvo de uma CPI do jogo no Rio de
Janeiro e, ao que tudo indica, também filmou as cenas do Hotel Naoum, em
Brasília, que deram origem a uma capa recente da publicação, sobre encontros do
ex-ministro José Dirceu com autoridades como o ex-ministro Fernando Pimentel e o
ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
Em todos esses casos, a revista terá sempre o mesmo argumento para defender a parceria: os filmes, ainda que ilegais, teriam permitido desbaratar quadrilhas, filmar corruptos e economizar alguns milhões para a União, como diria o blogueiro Reinaldo Azevedo.
No entanto, neste domingo, o jornalista Luís Nassif – que já foi atacado por
Veja, na já extinta coluna de Diogo Mainardi, e também contra-atacou escrevendo
um dossiê sobre a publicação – fez uma interessante conexão entre uma reportagem
da revista e a defesa de interesses privados de Cachoeira na área de
educação.
O ponto de partida foi uma reportagem do portal G1, das Organizações Globo, que revelou tentáculos do grupo de Cachoeira até na Secretaria de Educação de Goiás. O secretário do governo Marconi Perillo, Thiago Peixoto, teria repassado ao bicheiro um modelo de escolas chinesas que poderia ser implantado em Goiás. Seriam escolas de baixíssimo custo, mas também muito eficientes, que seriam construídas pela iniciativa privada e alugadas ao Estado – ressalte-se que Cachoeira, ao que tudo indica, era também sócio oculto da construtora Delta em Goiás.
Além deste fato, Nassif resgatou um grampo entre Cachoeira e o araponga Jairo Martins, que foi publicado pela própria revista Veja há duas semanas, para isentar seu diretor Policarpo Júnior, interlocutor frequente da dupla. É o grampo em que Cachoeira diz que “Policarpo nunca vai ser nosso” e que foi publicado, de forma incompleta, por Veja.
A conversa inteira é a que segue:
Cachoeira: Certamente, rapaz. Nós temos de ter jornalista na
mão, Jairo. O Policarpo nunca vai ser nosso. A gente vai estar sempre
trabalhando para ele e ele nunca traz um negócio. (a partir de agora entram
os trechos não publicados por Veja há duas semanas) Por exemplo, eu quero
que ele faça uma reportagem de um cara que está matando a pau aqui, eu quero que
eles façam uma reportagem da educação, sabe, de um puta projeto de educação
aqui. Pra você ver: ontem ele falou pra mim que vai fazer a reportagem, mas
acabando esse trem aí ele pega e esquece de novo. Quer dizer, não tem o troco
sabe.”
Fazendo a tradução, “esse trem aí” é provavelmente o filme do Hotel Naoum, cuja capa foi publicada em outubro de 2011. O “puta projeto” era a importação do modelo chinês de construção de escolas. E o “troco” talvez seja a capa de Veja chamada “A arma secreta da China”, que tratava da “educação em massa”.
Fazendo a tradução, “esse trem aí” é provavelmente o filme do Hotel Naoum, cuja capa foi publicada em outubro de 2011. O “puta projeto” era a importação do modelo chinês de construção de escolas. E o “troco” talvez seja a capa de Veja chamada “A arma secreta da China”, que tratava da “educação em massa”.
Uma reportagem feita por Gustavo Ioschpe, especialista da revista Veja em educação, que foi à China conhecer o modelo das escolas. Num dos trechos, ele destacou o modelo de construção.
“Os prédios são parecidos com os
de muitas escolas brasileiras, ainda que um pouco mais verticalizados. São
escolas grandes, a maioria com mais de mil alunos (...) em algumas, cada série
ocupava um andar. Essa organização do espaço é relevante. Pois em cada andar há
uma sala de professores...”
Será que este modelo seria replicado em Goiás? Construído por Cachoeira, implantado por Perillo e exaltado por Veja?
08 de abril de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário