"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 4 de maio de 2012

DIVERGÊNCIA NO PDT SÃO INCONTORNÁVEIS. BRIZOLA NETO É MINISTRO, MAS QUEM MANDA NO PARTIDO É LUPI

 
Reportagem de Flávia Foreque e Kelly Matos, na Folha, mostra que o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), confirmou que ainda existem divergências internas no seu partido após ser escolhido pela presidente Dilma Rousseff para comandar a pasta.
Como se sabe, integrantes do partido ligados ao ex-ministro Carlos Lupi eram contrários a indicação de Brizola Neto, que teve o apoio das centrais sindicais e do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

“Existem pequenas diferenças nesse processo todo, que ainda precisam ser equacionadas. Mas a verdade é que o partido está convencido do seu papel e do seu posicionamento no campo político nacional”, admitiu Brizola Neto. O novo ministro afirmou ainda que o PDT tem um compromisso com a história do trabalhismo brasileiro e com o governo de Dilma.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, também reconheceu a divisão no partido em relação ao nome de Brizola Neto, mas reforçou que ele conta com o apoio das centrais sindicais.

“O nome do Brizola Neto foi muito aceito pelo movimento sindical, portanto ele vai ser o ministro que vai comandar o trabalho com tranquilidade porque tem apoio dos trabalhadores”, afirmou.

###

LUPI ACHA “NATURAL”

O ex-ministro Carlos Lupi, que deixou a pasta em dezembro do ano passado após denúncias de irregularidades, também falou sobre as divergências internas no PDT em relação à escolha da presidente.

“Quando tem disputa pela indicação, é natural que aqueles que não foram escolhidos tenham dificuldade de aceitação”, afirmou. Segundo Lupi, os “momentos de incompreensão estão sendo superados”.

Na verdade, Lupi saiu derrotado e desorientado, porque não queria Brizola Neto e indicou pessoalmente à presidente Dilma os nomes do deputado Vieira Cunha e do secretário-geral do PDT, Manoel Dias. Mas ele não lhe deu a menor atenção.

Brizola Neto já afirmou várias vezes que pretende unificar o PDT, mas não vai conseguir. É missão considerada impossível. Carlos Lupi comanda o partido com mão de ferro, em âmbito nacional. Ninguém consegue derrotar o grupo dele. Brizola Neto pode ser ministro e até representar o PDT no governo. Mas quem manda no partido é mesmo Lupi. E ponto final.

04 de maio de 2012
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário