Os italianos de preocupam em acabar que nem a Espanha
Um tremor quase visível arrepiou a mídia italiana em 19 de junho quando números oficiais mostraram que as vendas de casas caíram a uma taxa anual de quase 20% nos primeiros três meses de 2012. Lobistas do setor de construção civil negaram que a Itália possa ter criado uma bolha imobiliária como a da Espanha. Ainda assim, a Nomisma, um instituto de pesquisa baseado em Bolonha, afirma que há 70.000 propriedades não vendidas na Itália. Apesar de as vendas terem despencado desde 2008, os preços permaneceram relativamente constantes, um descompasso que sugere que a riqueza da Itália – e os colaterais de hipotecas de seus bancos – podem não ser tão bons quanto se pensava.
A solidez de dos bancos do país ainda era o melhor argumento para colocar a Itália em uma categoria de risco diferente da Espanha. Os mercados haviam em grande parte aceito esta distinção. O intervalo entre a taxa de retorno dos títulos italianos e espanhóis se alargou após a Itália voltar mais uma vez a ser vista como um país mais seguro do que a Espanha em março. Nesta semana, este intervalo atingiu 1,2 pontos percentuais, mas depois se estreitou novamente. Porém, o retorno demandado pelos investidores para comprar títulos da dívida italiana têm subido continuamente, o que reflete o desconforto em relação ao futuro tanto do euro quanto do país.
Um medo é político. Desde que Mario Monti foi eleito em novembro como líder de um governo tecnocrático apartidário, tornou-se ainda mais difícil prever o resultado da eleição que acontecerá em meados de setembro. Monti chegou ao poder para executar medidas impopulares que eliminariam o déficit orçamentário. À medida que estas medidas surtiram efeito, a sua popularidade iniciou uma trajetória de queda livre.
A segunda preocupação é que os prolemas da economia italiana são tão profundos que nem mesmo o temível Monti consegue pô-la em movimento novamente, após mais de uma década de quase estagnação. Sem crescimento, a Itália não tem a capacidade de repagar a sua montanha de dívidas, que não para de crescer, de €2 trilhões. No futuro imediato, o problema do governo é não poder injetar dinheiro público em projetos destinados a estimular o crescimento caso queiram manter o déficit sob controle.
24 de junho de 2012
Fontes:The Economist-Are we next?
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