"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 1 de junho de 2012

SENADOR BOLIVIANO PEDE ASILO POLÍTICO AO BRASIL

       
          Internacional - América Latina        
Desde que Morales chegou ao poder, os cultivos de coca na Bolívia subiram de 25.400 para 31 hectares, segundo a ONU. A Bolívia é o terceiro produtor mundial de coca e cocaína, depois da Colômbia e do Peru, e o maior fornecedor para Brasil, Argentina, Chile e demais países do Cone Sul.

O senador boliviano Roger Pinto, da oposição de direita, está refugiado desde a segunda-feira na embaixada do Brasil em La Paz e solicitou asilo político no país. A presidente Dilma Rousseff analisa a petição,segundo informaram fontes de ambos países.

O ministro brasileiro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou que seu gabinete recebeu e “analisa” a petição de asilo de Pinto, que diz ser perseguido pelo presidente populista e nacionalista Evo Morales, a quem acusa de nexos com o narcotráfico. (N. do E.: não entendi por que os redatores da UnoAmérica não usaram o termo ‘socialista’ ou comunista’.)

Em carta lida pelos parlamentares, Pinto denuncia, entre outras coisas, que há “mais de 20 processos penais” abertos contra ele pelo governo e o oficialismo, “cada um mais descabido que o outro”, segundo Roger Pinto.

Desde que Morales assumiu a Presidência em 2006, dezenas de dirigentes da oposição têm fugido da Bolívia e procurado refúgio no Brasil, Paraguai, Estados Unidos, Peru, Espanha e outros países, após acusar o Governo de perseguição política.

Patriota não precisou quanto tempo seu governo necessitará para decidir a respeito.
O deputado boliviano Adrián Oliva indicou em coletiva de imprensa que Pinto solicita asilo porque não lhe resta outra opção ante o “acosso” e a “perseguição inclemente”, dos quais acusa Morales.

Pinto se queixa de que foi citado para depor “quase todas as semanas” em quatro das nove principais cidades do país. “A cada denúncia que fiz por corrupção ou narcotráfico me abriram um processo penal por desacato, sedição ou difamação, entre outros (...). Já não são um opróbrio a corrupção e o narcotráfico, senão denunciá-los. Institucionalizou-se a impunidade”, afirma em sua missiva, lida por legisladores opositores.

A embaixada brasileira em La Paz declarou à EFE que não se pronunciara sobre o caso e que qualquer informação será dada a conhecer pelo Ministério de Relações Exteriores em Brasília.

O porta-voz do ministério brasileiro de Relações Exteriores, Tovar Nunes, explicou que a solicitação de Pinto será analisada dentro do marco legal, o qual supõe “reunir elementos de julgamento para estabelecer se cabe” a concessão do asilo político.
Nunes sublinhou que o Brasil tem uma “longa tradição” em matéria de asilo e que é signatário de convênios internacionais que garantem esse “direito”, mas esclareceu que cada caso é “examinado cuidadosamente”.
Também explicou que Pinto poderá permanecer na sede da embaixada brasileira até enquanto não haja uma decisão.

Pinto, que representa a região nortenha de Pando, fronteiriça com o Brasil, foi muito ativo nos últimos tempos em criticar Morales por corrupção e falta de política antidrogas, chefe de sindicatos de produtores de coca, matéria-prima da cocaína.

Desde que Morales chegou ao poder, os cultivos de coca na Bolívia subiram de 25.400 para 31 hectares, segundo a ONU. A Bolívia é o terceiro produtor mundial de coca e cocaína, depois da Colômbia e do Peru, e o maior fornecedor para Brasil, Argentina, Chile e demais países do Cone Sul, acrescente a mesma fonte.

A senadora Jeanine Añez, correligionária de Pinto que o acompanhou na segunda-feita à embaixada brasileira, disse a EFE que ele enfrentava um perigo iminente de perder sua liberdade e que tanto ele quanto sua família receberam ameaças de morte anônimas. “O Governo de Evo Morales não garante a vida de nenhum opositor no país.

Lamentavelmente, estamos vivendo em um estado de indefesa”, acrescentou Añez.
A oposição anuncia que na próxima semana acorrerá à cidade central de Cochabamba para denunciar ante a 42ª Assembléia da Organização dos Estados Americanos (OEA) as supostas perseguições de que são objeto.

Por outro lado, deputados do partido de Morales, o Movimiento al Socialismo (MAS), negaram a denúncia de perseguição e disseram que Pinto deve responder por acusações de suposta corrupção quando foi governador de Pando (1999-2002).
“As asseverações de que é uma perseguição são absolutamente falsas. Pinto tem que prestar contas à justiça boliviana. Ele alienou recursos econômicos a favor de empresas estrangeiras”, disse o deputado do MAS, Galo Bonifaz, segundo a agência oficial ABI.

01 de junho de 2012
Da UnoAmérica.

Tradução: Graça Salgueiro

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