“Eike Fuhrken Batista (…) é um empresário brasileiro com atuação em
diversos setores, em especial petróleo, logística, energia, mineração e
indústria naval. É presidente do Grupo EBX, formado por cinco companhias
listadas no Novo Mercado da Bovespa, segmento com os mais elevados padrões de
governança corporativa. Segundo a Forbes, Eike Batista é o homem mais rico da
América do Sul, possuindo, em 2012, uma fortuna avaliada em 30 bilhões de
dólares”.
Esta é a apresentação simpática que a Wikipédia faz do homem mais rico do Brasil, o sempre sorridente Eike Batista. Um dos maiores tomadores dos empréstimos subsidiados do BNDES, um banco público, o moço, blindado que é pelo consenso da mídia em torno de si, virou modelo de empreendedor, de “capitão da indústria”, de “maior do mundo”.
Entre seus projetos bancados direta e indiretamente por muito dinheiro público, Eike “financia” UPPs, “dá” empregos, quer o Maracanã e já pensa até em “adotar” uma favela. É uma espécie de “Pai dos Pobres” do século 21.
Agora, o moço constrói em São João da Barra (RJ) um complexo industrial que desaloja milhares de camponeses que ali vivem e produzem há décadas, e o faz em articulação com a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin).
A Codin é uma estatal comandada por Sergio Cabral – aquele dos guardanapos em Paris. E a construção do Complexo do Açú é um dos negócios de Eike subsidiados por muito dinheiro público emprestado pelo BNDES.
Em verdade, Eike é só mais uma caricatura do consenso que orienta o noticiário: que o Brasil finalmente cumpre seu “destino” e vai se tornar uma potência de crescimento eterno. O rapaz, por sua vez, “empreende”, “dá” emprego e faz a “sua parte”. Acalenta o sonho de sermos o “maior do mundo”.
Claro que Eike não é o único beneficiário deste padrão de acumulação. Um grande bloco de poder se constituiu no Brasil ao longo do século 20. Junta, numa ponta, o Estado brasileiro e, na outra, conglomerados cujos próceres, como Eike, são responsáveis pelos maiores absurdos cometidos contra camponeses, favelados, indígenas e demais brasileiros deixados de lado pelo mais recente ciclo de crescimento do País.
E quase todas essas violações acontecem no Estado que em 20 dias sedia uma conferência da ONU que deveria questionar esse modelo de desenvolvimento. Um modelo que se aprofunda e utiliza caricaturas de um Brasil que se vê grande e finge não enxergar que oprime os pequenos.
Esta é a apresentação simpática que a Wikipédia faz do homem mais rico do Brasil, o sempre sorridente Eike Batista. Um dos maiores tomadores dos empréstimos subsidiados do BNDES, um banco público, o moço, blindado que é pelo consenso da mídia em torno de si, virou modelo de empreendedor, de “capitão da indústria”, de “maior do mundo”.
Entre seus projetos bancados direta e indiretamente por muito dinheiro público, Eike “financia” UPPs, “dá” empregos, quer o Maracanã e já pensa até em “adotar” uma favela. É uma espécie de “Pai dos Pobres” do século 21.
Agora, o moço constrói em São João da Barra (RJ) um complexo industrial que desaloja milhares de camponeses que ali vivem e produzem há décadas, e o faz em articulação com a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin).
A Codin é uma estatal comandada por Sergio Cabral – aquele dos guardanapos em Paris. E a construção do Complexo do Açú é um dos negócios de Eike subsidiados por muito dinheiro público emprestado pelo BNDES.
Em verdade, Eike é só mais uma caricatura do consenso que orienta o noticiário: que o Brasil finalmente cumpre seu “destino” e vai se tornar uma potência de crescimento eterno. O rapaz, por sua vez, “empreende”, “dá” emprego e faz a “sua parte”. Acalenta o sonho de sermos o “maior do mundo”.
Claro que Eike não é o único beneficiário deste padrão de acumulação. Um grande bloco de poder se constituiu no Brasil ao longo do século 20. Junta, numa ponta, o Estado brasileiro e, na outra, conglomerados cujos próceres, como Eike, são responsáveis pelos maiores absurdos cometidos contra camponeses, favelados, indígenas e demais brasileiros deixados de lado pelo mais recente ciclo de crescimento do País.
E quase todas essas violações acontecem no Estado que em 20 dias sedia uma conferência da ONU que deveria questionar esse modelo de desenvolvimento. Um modelo que se aprofunda e utiliza caricaturas de um Brasil que se vê grande e finge não enxergar que oprime os pequenos.
Carlos Tautz, jornalista, é coordenador do
Instituto Mais Democracia – Transparência e Controle Cidadão Sobre Governos e
Empresa
Carlos Tautz
01 de junho de 2012
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