Há um fio de
meada que liga o julgamento que ocorre no STF ao que está sendo revelado na CPI
do Cachoeira. Ele mostra que, mesmo depois de descoberto o mensalão, o PT
continuou a praticar ilegalidades e a investir sobre os cofres públicos para
financiar seu projeto de poder.
Usar a máquina do Estado em benefício eleitoral é algo inerente à prática política petista.
Na sessão de ontem, a CPI do Cachoeira ouviu o depoimento de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária).
A certa altura das quase oito horas de explanação, ele admitiu o que todo mundo já desconfiava:
o órgão foi usado para levantar dinheiro para a campanha que elegeu Dilma Rousseff em 2010.Pagot contou que foi procurado, naquele ano, pelo tesoureiro da campanha petista, José di Filippi. Durante e depois da eleição, o deputado lhe pediu que investisse sobre umas 30 a 40 empresas que prestavam serviços ao Dnit para obter delas contribuições financeiras para a candidata petista.
Pagot arremeteu sobre as contratadas do gigantesco órgão e retirou delas R$ 6 milhões para o PT.O então diretor do Dnit teve a pachorra de pesquisar se as empresas achacadas de fato pagaram. "Algumas enviaram boletos comprovando que doaram para a campanha. Outras eu constatei depois que também contribuíram", disse aos parlamentares da CPI, segundo o Correio Braziliense.
É a corrupção com certidão e papel passado.
O caixa do Dnit é um dos mais bem fornidos da Esplanada - seu orçamento para este ano soma R$ 15,4 bilhões. A investida sobre o polpudo cofre do órgão por parte da infantaria petista era tão acintosa que Filippi instruiu Pagot a não se ocupar dos peixes mais graúdos:
dos maiores prestadores de serviço, a própria campanha cuidaria.Não foi apenas a campanha presidencial que avançou sobre o butim do Dnit. A hoje ministra Ideli Salvatti e o então ministro Hélio Costa também tentaram tirar uma lasquinha.
Segundo Pagot, não levaram, o que teria deixado a catarinense "bem contrariada" e feito o mineiro ameaçar tirá-lo do cargo tão logo virasse governador de Minas, o que não se consumou.O Dnit é um dos mais vistosos casos de assalto ao bem público perpetrados pelo PT, mas está longe de ser o único. O partido de Lula, Dilma e José Dirceu continua a investir sobre o patrimônio dos cidadãos para empregá-lo em proveito próprio, em nome de uma causa política.
Está acontecendo, de novo, nas atuais eleições.
Ontem, a Folha de S.Paulo mostrou mais um destes casos.
Do alto de um palanque, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, prometeu aos eleitores de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, multiplicar por cinco os investimentos federais na cidade caso o candidato do PT à prefeitura seja eleito em outubro.
Chantagens parecidas estão sendo levadas ao ar em capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Nestes casos, a propaganda exibida pelo PT no rádio e na TV não é tão explícita, mas a mensagem é a mesma: vencedoras as candidaturas petistas, o governo federal irá despejar dinheiro em obras e sabe-se lá no que mais.
Ou seja, recursos que devem servir aos cidadãos indistintamente e serem repartidos segundo preceitos constitucionais são usados pelo PT para tentar comprar a consciência dos eleitores.
Em suas quinze sessões iniciais, o julgamento do mensalão já serviu para deixar esclarecido, de uma vez por todas, que o PT desviou dinheiro público. Também colaborou para sepultar, definitivamente, teses cínicas lançadas pelos líderes petistas para tentar justificar o uso de recursos recolhidos dos contribuintes no financiamento do projeto de poder do partido.É preciso, contudo, que a Justiça vá além. Parece mais que evidente que bastou a sensação de impunidade ter voltado a reinar entre os petistas para que o PT tocasse pau na máquina, transformando, sem pudor, o bem público em benefícios privados.
O julgamento do mensalão também precisa servir para frear farras como as que ocorreram no Dnit e continuam a acontecer pelo país afora.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Usar a máquina do Estado em benefício eleitoral é algo inerente à prática política petista.
Na sessão de ontem, a CPI do Cachoeira ouviu o depoimento de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária).
A certa altura das quase oito horas de explanação, ele admitiu o que todo mundo já desconfiava:
o órgão foi usado para levantar dinheiro para a campanha que elegeu Dilma Rousseff em 2010.Pagot contou que foi procurado, naquele ano, pelo tesoureiro da campanha petista, José di Filippi. Durante e depois da eleição, o deputado lhe pediu que investisse sobre umas 30 a 40 empresas que prestavam serviços ao Dnit para obter delas contribuições financeiras para a candidata petista.
Pagot arremeteu sobre as contratadas do gigantesco órgão e retirou delas R$ 6 milhões para o PT.O então diretor do Dnit teve a pachorra de pesquisar se as empresas achacadas de fato pagaram. "Algumas enviaram boletos comprovando que doaram para a campanha. Outras eu constatei depois que também contribuíram", disse aos parlamentares da CPI, segundo o Correio Braziliense.
É a corrupção com certidão e papel passado.
O caixa do Dnit é um dos mais bem fornidos da Esplanada - seu orçamento para este ano soma R$ 15,4 bilhões. A investida sobre o polpudo cofre do órgão por parte da infantaria petista era tão acintosa que Filippi instruiu Pagot a não se ocupar dos peixes mais graúdos:
dos maiores prestadores de serviço, a própria campanha cuidaria.Não foi apenas a campanha presidencial que avançou sobre o butim do Dnit. A hoje ministra Ideli Salvatti e o então ministro Hélio Costa também tentaram tirar uma lasquinha.
Segundo Pagot, não levaram, o que teria deixado a catarinense "bem contrariada" e feito o mineiro ameaçar tirá-lo do cargo tão logo virasse governador de Minas, o que não se consumou.O Dnit é um dos mais vistosos casos de assalto ao bem público perpetrados pelo PT, mas está longe de ser o único. O partido de Lula, Dilma e José Dirceu continua a investir sobre o patrimônio dos cidadãos para empregá-lo em proveito próprio, em nome de uma causa política.
Está acontecendo, de novo, nas atuais eleições.
Ontem, a Folha de S.Paulo mostrou mais um destes casos.
Do alto de um palanque, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, prometeu aos eleitores de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, multiplicar por cinco os investimentos federais na cidade caso o candidato do PT à prefeitura seja eleito em outubro.
Chantagens parecidas estão sendo levadas ao ar em capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Nestes casos, a propaganda exibida pelo PT no rádio e na TV não é tão explícita, mas a mensagem é a mesma: vencedoras as candidaturas petistas, o governo federal irá despejar dinheiro em obras e sabe-se lá no que mais.
Ou seja, recursos que devem servir aos cidadãos indistintamente e serem repartidos segundo preceitos constitucionais são usados pelo PT para tentar comprar a consciência dos eleitores.
Em suas quinze sessões iniciais, o julgamento do mensalão já serviu para deixar esclarecido, de uma vez por todas, que o PT desviou dinheiro público. Também colaborou para sepultar, definitivamente, teses cínicas lançadas pelos líderes petistas para tentar justificar o uso de recursos recolhidos dos contribuintes no financiamento do projeto de poder do partido.É preciso, contudo, que a Justiça vá além. Parece mais que evidente que bastou a sensação de impunidade ter voltado a reinar entre os petistas para que o PT tocasse pau na máquina, transformando, sem pudor, o bem público em benefícios privados.
O julgamento do mensalão também precisa servir para frear farras como as que ocorreram no Dnit e continuam a acontecer pelo país afora.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
30 de agosto de 2012
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